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quarta-feira, 15 de maio de 2019

Necessário e Supérfluo

Necessário e Supérfluo

Dando continuidade ao Livro III dos Espíritos, no capítulo V, Kardec faz perguntas sobre o limite do necessário, que gera o supérfluo para o homem. Neste texto, irei explicar sobre as respostas e mostrar como o capítulo atinge nossas vidas no dia a dia e em relação com a nossa querida Umbanda.

Kardec inicia perguntando como  o homem conhece o limite do necessário. Os Espíritos explicam que isso vem do nosso senso, de sabermos até que ponto aquilo nos é necessário, de entendermos que temos o necessário para vivermos bem. Outros conhecem pela sua experiência, aquele que não consegue ter mais do que tem e vive necessariamente com aquilo sem extrapolar para o supérfluo. 

Kardec dá continuidade questionando se esse limite de necessário já não nos foi dado pela natureza. Os Espíritos respondem que sim, mas que somos ambiciosos e estamos sempre querendo mais. A natureza nos mostrou o que seria necessário, mas criamos necessidades superficiais nos projetando para o supérfluo, sempre tendo mais do que precisamos, seja comida, roupas, sapatos e as outras coisas utilizadas em nosso dia a dia. 


São finalizadas as perguntas com a seguinte, “o que pensar dos que aproveitam dos bens da Terra para ter o supérfluo, em prejuízo dos que não têm sequer o necessário?” Os Espíritos explicam que são pessoas que desconhecem as Leis de Deus e logo mais responderão por esses atos. Ou seja, aquelas pessoas que sempre têm a mais do que lhe são necessário, mas que não fazem nada para ajudar o outro que nada tem, como aquele que passa por dificuldades diárias, sejam elas pela falta do que vestir, pela falta do que comer e até mesmo pela falta de algum lugar para morar, serão responsabilizadas.

 A Espiritualidade está sempre em prol da caridade, nos auxiliando através dela e nos mostrando que podemos sim ajudar o próximo. Quantas vezes colocamos muita comida no prato sem conseguir comer tudo, desperdiçando aquele alimento, sabendo que naquele mesmo momento há pessoas passando fome? Quantas vezes percebemos que temos várias roupas e sapatos em nossos armários que não utilizamos mas que também não doamos, talvez por apego? Por deixar o ego e a vaidade falar mais alto? Sabendo que naquele momento também há pessoas que não provém nem do necessário para se vestir? Sabemos quando aquilo se torna supérfluo quando percebemos que temos mais do que precisamos ter, que em um momento que temos de sobra, falta para alguém em algum lugar.


 Na Umbanda, aprendemos isso até com os utensílios de trabalhos dos nossos guias. Muitos médiuns acham que os guias que trabalham em sua coroa devem ter todos os utensílios, compram até mesmo antes da entidade pedir, acham que o Preto Velho que ali trabalha deve ter o chapéu mais bonito, o maior rosário, a melhor xícara, tornando tudo isso supérfluo. Esquecem que para a Espiritualidade o necessário é estarmos ali de corpo, alma e coração aberto, que tenhamos Fé em cada fala, em cada trejeito, naquele chão que pisamos e em todos os guias que ali trabalham, sejam eles incorporados ou não. Os utensílios de trabalho somos nós quem precisamos, para nos adaptarmos melhor a cada trabalho e deixar com que eles façam os trabalhos deles.

 Com o ensinamento que foi trazido neste capítulo, vamos refletir o que para nós é necessário, se não temos nada supérfluo que podemos tirar para ajudar o outro. Vamos deixar que o amor e caridade que a nossa querida Umbanda vem nos ensinar atinjam nossos corações.
 “...Umbanda é para quem tem fé, Umbanda é caridade, Umbanda é felicidade…”

Karol de Xangô

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