Influência dos Espíritos sobre os Acontecimentos da Vida
Dando prosseguimento nos estudos acerca do Livro dos Espíritos de Allan Kardec, hoje discorreremos sobre a Influência dos Espíritos sobre os Acontecimentos da Vida, tópico este abordado no Capítulo 9 do Livro II.
Bem nas primeiras perguntas, os espíritos esclarecem muito bem como os espíritos influenciam nossas vidas. Muitas vezes esperamos que milagres imensos ocorram para que possamos vislumbrar a influência do espiritual em nós, no entanto os espíritos não fogem às leis naturais, ou seja, os espíritos influenciam nossas vidas das maneiras mais sutis, nos aconselhando, orientando, dando ideias pertinentes. Na Umbanda, sabemos que isso acontece constantemente. Primeiramente como umbandistas devemos ter a ciência de que nada ocorre por acaso, ou seja, tudo no final tem um objetivo, não devemos vivenciar o objetivo, e sim o momento. Os espíritos que nos aconselham diariamente (Caboclos, Pretos-Velhos, Erês, Exus, etc) têm como objetivo a prática do amor e da caridade para que tanto eles quanto nós sejamos melhores. Cabe a nós encarnados sabermos distinguir a orientação de um guia e a influência de um espírito de baixa faixa vibratória.
Em um segundo momento, os espíritos são questionados sobre a influência dos espíritos no desencarne. Neste momento, os espíritos questionados são categóricos e esclarecem que alguns espíritos têm a função de cumprimento da lei divina e natural, lembrando sempre que não devemos excluir e desconsiderar as leis naturais e nem mesmo mistificar os fatos cotidianos. Na Umbanda, os guias que trabalham na esquerda são chamados de cumpridor das leis divinas porque ocupam faixas vibratórias singulares, as quais atingem as partes mais íntimas do nosso Ser. Por isso, às vezes, as pessoas os temem, porque eles podem sim cumprir ordens de desencarne, sempre lembrando que não devemos mistificar, e o mais importante: esses guias não irão retirar a vida de ninguém, pois eles não têm essa capacidade. Irão apenas influenciar a pessoa designada pelo divino ao desencarne para o momento do desencarne.
Outros questionamentos feitos aos espíritos são sobre espíritos diferentes com ideais e vontades diferentes. Neste momento é esclarecido que isso pode acontecer, desde que seja um desígnio de Deus. Ou seja, se for designado que uma pessoa seja influenciada de maneira errônea pelos espíritos que a cercam para uma estagnação espiritual, isso acontecerá. Espíritos levianos, kiumbas, zombeteiros, etc. não têm o poder de provocar tal situação, no entanto eles podem tirar proveito de tal. O que atrai um espírito de baixa vibração não são os desígnios de Deus e sim a própria pessoa, ou seja, devemos sempre estar atentos às energias que vibramos e irradiamos. Pela lei da atração e do retorno, aquilo que pensamos acontece, ou seja, se pensarmos coisas negativas receberemos coisas negativas, e se pensarmos coisas positivas atrairemos positividade e espíritos de alto padrão vibratório, acarretando em boas energias sempre.
Dando continuidade ao questionamentos do Livro dos Espíritos e ainda dentro desta linha de pensamento, os espíritos são questionados sobre a capacidade de um espírito levar as pessoas à caminhos prósperos e até mesmo caminhos danosos. Os espíritos são categóricos em todas as perguntas esclarecendo que não, os espíritos não têm a capacidade de levar nenhum encarnado a lugar nenhum, isso iria afetar a lei do livre arbítrio. Nós encarnados somos responsáveis por aquilo que nos afeta, sendo ela uma coisa boa, próspera, ou ruim.
Obtive um ensinamento há um tempo atrás e gostaria de compartilhar para elucidar tal situação. Quando plantamos sementes, temos diversas opções e maneiras distintas de cuidar delas. Podemos preparar a terra antes de plantar, cuidar com carinho e amor, regando e depositando ali boas vibrações sempre. No entanto você também pode plantar e deixar que o clima se responsabilize por tal responsabilidade (água, adubo, etc.); o plantio também pode ser feito sem o depósito de boas vibrações, tendo o plantio como uma obrigação. Obviamente, aquela semente deixada às condições climatológicas tem grandes probabilidades de não germinar. Aquela que recebeu energias negativas de “obrigação” também não, mesmo ela sendo regada. Isso porque quando plantamos devemos depositar ali boas vibrações, não adianta plantar milho esperando que nasça feijão. O que você colhe é exatamente aquilo que você mesmo plantou.
Para finalizar, devemos sempre estar conscientes das energias que vibramos, porque isso acarretará espíritos que atraímos ou repelimos. Bons espíritos, espíritos de luz estão sempre ao lado daqueles que vibram positivamente. Lembremos sempre de agradecer a Deus, pois é apenas com a permissão Dele que esses espíritos vêm do plano espiritual nos ajudar e aconselhar. Quando sentamos aos pés de um Preto Velho tenhamos a plena certeza de que cada palavra dita naquele momento é para nosso bem e melhora pessoal.
Um espírito que se manifesta na Umbanda e vê na religião a possibilidade de fazer o bem terá o aval divino do trabalho. E nós encarnados não devemos esperar os milagres grandiosos para compreendermos que os espíritos podem direcionar acontecimentos diários das maneiras mais sutis em nosso dia a dia. Às vezes o simples fato de encontrar um amigo antigo na rua pode ser um direcionamento divino. E nunca devemos esquecer de que devemos plantar flores e cuidar bem delas, pois assim iremos colher das mais belas variedades.
Victor de Oxumarê
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