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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Desigualdades Sociais

Desigualdades Sociais

No nono capítulo da terceira parte do livro dos espíritos, são discutidos aspectos da lei de igualdade, tais como igualdade natural, desigualdade de aptidões, desigualdades sociais, desigualdade das riquezas, as provas de riqueza e de miséria, igualdade de direitos entre os gêneros e igualdade perante o túmulo. 

Todos esses temas são de grande relevância e fazem referência a algo que, se analisado perante apenas a visão limitada dos homens, dão a impressão de que a vida na Terra seria injusta, com muitas facilidades para uns e muitas dificuldades para outros.   Mas, se analisarmos mais amplamente em um contexto espiritual, veremos que tudo é justo conforme a lei de Deus. Neste texto, aprofundaremos a análise sobre as desigualdades sociais e analisaremos as perguntas e respostas do livro dos espíritos sobre esse tema tentando vinculá-los à visão umbandista.

Na pergunta 806, é perguntado ao espírito da verdade se a desigualdade de condições sociais seria também uma lei da natureza. A resposta do espirito é que não, a desigualdade social é obra dos homens e não de Deus.


Continuando com essa pergunta, o entrevistador pergunta se algum dia essa desigualdade desaparecerá. O espírito da verdade responde que somente as leis de Deus são eternas e que a desigualdade social com o tempo vai se apagando. Desaparecerá quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar e restará apenas a desigualdade de merecimento. Chegará um dia em que os homens deixarão de considerar-se como de sangue menos ou mais puro, somente o espírito é mais ou menos puro e isso não depende de posição social. 

Na pergunta seguinte, de número 807, é perguntado sobre o que pensar dos que abusam da superioridade de suas posições sociais, para, em proveito próprio, oprimir os fracos. O espírito responde que merecem ser condenados. Serão posteriormente oprimidos. Renascerão numa existência em que sofrerão tudo aquilo que fizeram os outros sofrerem.


Em uma análise umbandista do que foi discutido, é possível reconhecer que as desigualdades são fruto do egoísmo e do orgulho humano e seus excessos. No entanto, vale acrescentar que essas desigualdades podem ser utilizadas para o aprimoramento do espírito que pode ter tido piores oportunidades em uma existência e julgou seu semelhante que teve melhor sorte, que possa ter dito que seria fácil estar em seu lugar, que faria muito mais se tivesse as mesmas oportunidades. 

E também o contrário, aquele que teve a sorte de nascer em uma classe social elevada, que julgou o semelhante por não ter estudado, por exemplo, por não conseguir ter as mesmas condições que teve ou os mesmos bens, por ter se aproveitado do poder e do dinheiro para se beneficiar mesmo à custa da desgraça de outrem. 

Não seria uma grande oportunidade se um se colocasse no sapato do outro? Veriam que nenhuma dessas vidas é assim tão fácil e que cada um passa pelas dificuldades que tem que passar e que atrai. 


Com isso, não queremos dar a impressão de que não podemos buscar evoluir de posição social, podemos sim, é claro. Cada um atrai para si o que vibra, luta e o que busca. Nem sempre é possível alcançar esses sonhos, mas é preciso lembrar que os verdadeiros objetivos, os mais importantes, são os do nosso espírito (Somos antes de tudo espíritos e não homens) e talvez um enriquecimento não seria bom para aquilo que se almejou antes da reencarnação. Realidades diferentes, cada um carrega sua cruz, não cabe julgarmos. O rico de hoje pode ser o pobre de amanhã e vice-versa, nesta vida, ou em outra encarnação. 

Por fim, é importante dizer que, mesmo essas desigualdades sendo utilizadas para o aprimoramento do ser, isso não impede que a sociedade a diminua ou a elimine, pois sempre haverá outras formas e dificuldades para a lapidação do espírito.

Ricardo de Ogum Matinata

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