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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Direito de Propriedade. Roubo

Direito de Propriedade. Roubo

Temos no capítulo XI do livro terceiro, leis morais, do Livro dos Espíritos de Allan Kardec, a premissa do “direito de propriedade. Roubo”. O dicionário Aurélio traz o significado de direito de propriedade como “direito que o homem tem de conservar o que lhe pertence e de apropriar-se daquilo que outrem lhe cede legalmente ou que adquire sem contestação.” e de roubo como “Esquivar-se. Tirar o que está em casa alheia ou o que outrem leva consigo. Cometer fraude em. Subtrair às escondidas, furtar. Rapar. Despojar de. Plagiar; dar como invenção sua o que outrem inventou. Arrebatar, enlevar, arroubar, extasiar.”. A partir desses significados no contexto atual vamos analisar as perguntas 880 a 885 de Kardec aos espíritos para o contexto da época e trazer para o atual relacionando a prática umbandista.
Os espíritos respondem conforme a pergunta de Kardec que o primeiro direito natural que todos temos é o de viver, sendo assim ninguém tem o direito de atentar contra a vida do próximo, o que podemos ver é uma regra que também se aplica hoje as nossas leis, onde cometer ato contra vida de alguém é crime. A Umbanda além da vida das pessoas preservamos toda a vida existente na terra como a natureza e seus animais como uma prática religiosa. Em sequência Kardec pergunta se juntar coisas enquanto vive para depois quando não conseguir mais trabalhar é correto, e os espíritos respondem  afirmativo, porém com a ressalva que, desde que isso se faça através de um trabalho honesto e que de forma coletiva, ou seja, não de maneira egoísta. Na lei atual se cometemos algum crime durante trabalho podemos ser presos, porém a questão do egoísmo é uma coisa da ética e moral, onde o sucesso também está atrelado a está questão, mas não é citado na lei dos homens. Na umbanda o trabalho de todos deve ser em conjunto para a construção do Templo material e individual que ocupa os corações de cada um, uma frase citada pelo Caboclo 7 Flechas dirigente de nossa Tenda é: “Só se tem amor naquilo que se constrói com as próprias mãos”.
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Continuando as perguntas, em sequência, é dito sobre direito natural de trabalhar  e viver, quando é perguntando se o homem tem o direito de defender aquilo que juntou e a resposta é justamente que sim por esses dois direitos citados anteriormente, desde que tenha sido adquirido de maneira honesta. Na lei atual também temos punições para aqueles que furtam, subtraem, e alguns mecanismos de defesa que ainda são falhos, porém existem. Na umbanda temos sim o direito de defesa, onde cada um cuida de suas coisas, de suas coisas particulares até mesmo do nosso próprio templo com muros e sistemas de segurança. 
Temos três perguntas a seguir que se correlacionam, a legitimidade da propriedade, o desejo de possuir e sua relação com certo e errado, tendo como resposta de acordo com os espíritos que tudo é legitimo, desde que não tenha prejudicado outras pessoas e o desejo de possuir é comum, porém possuir apenas pra si é egoísmo e ainda questionam se acumular para saciar suas paixões seria aprovado por Deus? E afirmam que o trabalho daquele que acumula pro amor e caridade é abençoado. Com vista nessas questões a lei dos homens não trata sobre acumular pra si ou para a caridade, ela permite que cada um acumule do jeito que acha correto, porém a legitimidade de seus bens é fiscalizada a todo momento conforme pagamento de impostos e declarações de bens para controle governamental e questões financeiras. Já na Umbanda temos a legitimidade também com o que foi adquirido através da honestidade e acreditamos que o acumulo de coisas materiais sem um fim prestativo apenas traz prejuízos o que traz energeticamente negatividade que faz a pessoa ter dificuldades de desapego e gerar sentimentos de egoísmo e vaidade.
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Por último temos a pergunta sobre o limite do direito de propriedade o qual os espíritos afirmam que não há limites desde que seja adquirido com honestidade e citam que na lei dos homens o que é correto hoje, amanhã pode não ser, devido a evolução e que as mudanças tendem a aproximar da lei divina e que essas transformações são necessárias. Tendo essa resposta podemos analisar que as leis de alguns anos atrás já são totalmente diferentes das leis de hoje e assim vamos nos adaptando as mudanças para melhor nos adequarmos. Na umbanda existem mudanças de práticas que são leis, também ocorrem de acordo com a evolução dos trabalhadores do local ou por questões culturais, o importante saber que os espíritos sempre trazem a renovação necessária a cada local conforme evolução dos trabalhadores.
Após analisarmos em diversos contextos este pequeno trecho do Livro dos Espíritos podemos perceber que tudo rodeia em torno do amor e da caridade e a luta constante sobre os excessos, paixões e vícios que levam ao desequilíbrio. Colocando a nossa vida em torno do amor e da caridade podemos guiar em prol ao crescimento moral e espiritual que todos almejam.

Pai Igor" de Oxum

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