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sexta-feira, 19 de julho de 2019

Livre-arbítrio

Livre-arbítrio

O assunto discorrido neste texto versa sobre o livre-arbítrio, presente no Livro III, Capítulo X, de “O livro dos espíritos”, de Allan Kardec.

Apesar do tema aqui tratado está direcionado aos fundamentos da doutrina espírita, é de extrema importância registrar que praticamente a totalidade das religiões defende a questão do indivíduo ser livre para fazer suas próprias escolhas e tomar decisões por sua conta e risco. 

Inclusive o catolicismo, mesmo não havendo registros bíblicos específicos sobre livre-arbítrio, deixa implícito que o homem possui liberdade de escolha, todavia, é responsável pelo resultado gerado pelas ações que escolheu.

Livre-arbítrio tem várias definições segundo vários ramos: psicologia, filosofia, ciência, religião. Para o Espiritismo, restringe-se à liberdade de agir. Então, o conceito torna-se difícil de ser estabelecido, embora fácil de ser entendido. 


Fazendo-se um agrupado dos pontos mais importantes de cada ramo, temos que livre-arbítrio é a faculdade que o ser humano possui de escolher e decidir agir ou não agir, dentre várias opções, conforme sua própria vontade, sem condição, impedimento ou causa prévios.

O livre-arbítrio nasce automaticamente com o Espírito, mas isso não significa que seremos responsabilizados pelos nossos atos desde a infância. A criança, em fase de conhecimento, não pode ser responsabilizada por algo que nem entende. Com isso, a conquista do livre-arbítrio é de forma progressiva, proporcional à conquista da inteligência.

Isso implica que não podemos ser responsabilizados por algo que fizemos e não sabíamos que era errado, todavia, isso não permite querer fingir o desconhecimento sobre algo, visto que nada escapa aos olhos de Deus.

A faculdade do livre-arbítrio é do Espírito e não do corpo que o reveste. Cabe a cada Espírito buscar a sua melhora, o seu crescimento próprio e lutar contra as possíveis características negativas e defeitos os quais possui. Aquele Espírito que não apresenta possibilidade de pensar e raciocinar os atos da vida civil está isento de suas faculdades.


Uma questão polêmica discutida é sobre a questão do alcoólatra e usuário de entorpecentes. Este usa de componentes para se satisfazer e praticar atos infames, logo, cometeu duas faltas.

Quando pisamos de pés descalços em um terreiro de Umbanda devemos ter em mente que cada um é responsável pelo seu desenvolvimento moral, espiritual, profissional ou qualquer que seja. Que cada um é responsável por seus atos, suas escolhas e pelo resultado de seus feitos, seja positivo, seja negativo. Que sempre serão apresentados os caminhos a ser seguidos, mas que você jamais será induzido a tomar uma decisão fora da sua liberdade de escolha. E, sobretudo, que, dependendo do merecimento e do respeito e seguimento da Lei Maior, sempre haverá apoio e proteção para se fazer aquilo que colabore com a sua melhoria e evolução individual, desde que não afete o livre arbítrio do próximo. 

Na Umbanda, jamais haverá discriminação, desrespeito e preconceito sobre as crenças, a religião, a raça, o gênero, enfim, sobre a individualidade de cada um. A liberdade de escolha sempre será respeitada e a sensação de acolhimento, respeito e de pluralidade sempre estará presente. Aquele que age em confronto com o livre-arbítrio pode ser o que for, menos umbandista. 

Hélder de Logunam

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