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sábado, 2 de setembro de 2017

Marinheiros

Marinheiros



Dando sequência a esse estudo acerca das linhas de trabalho de Umbanda, o texto de hoje falará sobre os Marinheiros também chamados de “povos da água”, entidades do bem que vêm aos terreiros a fim de praticar a caridade. No decorrer do assunto, tratar-se-á sobre sua forma de atuação, qual o seu orixá regente, seu arquétipo e outras informações importantes.

Por que essa denominação? É necessário se entender primeiramente o arquétipo desses trabalhadores. Como se sabe, marujo ou marinheiro, em um sentido mais estrito, são aquelas pessoas que trabalham no mar se utilizando dele por meio de embarcações. Quando estão nas águas, enfrentam tempestades, dificuldades, conhecem novos lugares, cruzam fronteiras, e, ao mesmo tempo, que enfrentam a fúria do mar, se deslumbram com a mansidão do mesmo. 

E assim o são os espíritos que trabalham nessa falange. Trazem aos indivíduos a vontade de cruzar novos caminhos, de conhecer o novo e ensinam a enfrentar as tempestades da vida nos dando força, por mais que às vezes sejam gigantes, assim como as ondas do mar. Auxiliam a enfrentar as tormentas e mostram que após a turbulência vem a calmaria. Logo, é o arquétipo daquele que sobrevive sobre o mar.

O trabalho dos Marinheiros consiste em descarregar o ambiente, os consulentes, o médium, limpando todo o campo vibracional e emocional. Também dão passes de cura e trabalham muito no desenvolvimento de médiuns. Seu trabalho é muito utilizado, ainda, em descarregos, principalmente quando se exige uma descarga energética mais intensa. Quando vêm ao terreiro, chegam cambaleando devido ao seu magnetismo aquático, e assim liberam energias em formas onduladas e os seus balanços são uma forma de trabalho, visto que liberam ondas de magnetismo que desagregam energias negativas. 


Uma gira de marinheiros é muito alegre e descontraída e embora não sejam de dar muitas consultas, quando o fazem, utilizam palavras macias e diretas que vão ao fundo da alma de quem as ouve. Fazem as pessoas encarar o problema de forma simples e mostram que com fé, trabalho unido e confiança, se é capaz de lutar e explorar o desconhecido do íntimo e de tudo que rodeia o homem.

A atuação dos marinheiros, portanto, se dá principalmente na manipulação das energias das águas e juntamente com os elementais das águas, diluem cargas pesadas, curando o emocional e limpando todo o campo vibratório a fim de se equilibrar a energia das pessoas ou do ambiente.

São entidades que atuam na linha das águas sendo regidos por Iemanjá. Estão relacionadas a outros orixás como Oxum ( águas doces), Nanã( lagos e lagoas), Iansã( água da chuva), Oyá-tempo( água do sereno), porém seu principal regente é Iemanjá, orixá das águas salgadas.

Utilizam como instrumentos de trabalho, bebidas como o rum ou cerveja, charutos, cigarro ou cachimbos. Em relação à bebida, conforme explica Rubens Saracceni, “O uso da bebida dá fluidez e volatilidade às vibrações desses espíritos, expande seus campos magnéticos e possibilita a estabilização e o equilíbrio nas incorporações. Como os Marinheiros vivem na irradiação aquática do mar, quando incorporam, parece-lhes que é o solo que está se movendo. Daí, com funções inversas, o álcool lhes dá estabilidade e equilíbrio para ficarem parados e darem atendimento às pessoas. O álcool tira o equilíbrio de uma pessoa. Mas, assim como o veneno de cobra é o único antídoto contra picadas de cobras, com os Marinheiros a ingestão de bebida alcoólica lhes dá estabilidade.”

A saudação para os marinheiros é “Hei Marujada!” “Da Costa, Marujo!” ou “Salve a Marujada!”. As suas cores são o azul claro, o azul claro e branco e suas velas as brancas e azuis claras, seu ponto da natureza é a orla do mar, seu dia da semana o sábado e sua data comemorativa o 13 de dezembro.

Ô, marinheiro, marinheiro, marinheiro só...
Salve a Marujada!
Natália de Iemanjá

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