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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Iansã

 Iansã

    Filha de Iemanjá com Oxalá, Iansã é irmã de Oxum, Obá e Oxóssi. Seu nome tem origem Iorubá, uma abreviação de “Iyá omo mésàn” que significa mãe de nove filhos, porque sua vontade  pela maternidade era tão forte que ela pode gerar nove filhos. Iansã também é conhecida como Oya. Oya é aquela que transporta os humanos após a morte, recebeu essa função de seu amigo Obaluaê, senhor da terra, da morte e da cura.

    Iansã é o Orixá guerreiro das mulheres e a mais valente das Yabás, com personalidade forte e autêntica ela compartilha o poder de chamar ventos e tempestades, sendo sempre retratada como uma mulher majestosa, fazendo jus a luz da manhã que ela representa. 


    Iansã teve dois maridos, um deles era Ogum, o caçador. Um dia, enquanto caçava na floresta ele viu um búfalo e estava prestes a atacá-lo, antes disso, porém, observou de longe até perceber a parada do animal, então ele abaixou a cabeça e tirou a pele de seu corpo. Dela surgiu uma bela e graciosa mulher, a deusa guerreira, que envolvia peles de animais e chifres, os quais escondia em um formigueiro. Depois que Iansã foi ao mercado, Ogum pegou sua roupa de búfalo e escondeu para encontrá-la, pois ele ficou encantado com sua beleza e luxo. Ela é linda, com muitos enfeites como pulseiras e colares, e além disso usa um lindo turbante. Ogum a pede em casamento e embora ela não aceite a princípio, acaba cedendo e se casa com o Orixá Guerreiro.

    Eles se davam muito bem, afinal Ogum é o rei dos metais e Iansã têm uma relação muito próxima com a guerra. Os dois trabalham juntos na forja, fazendo ferramentas que ajudam a construir o mundo. 

    Um certo dia, Iansã e Ogum forjavam metais quando Xangô foi até seu irmão para encomendar armas de guerra, ao chegar Xangô conheceu Iansã e se apaixonou perdidamente por ela, e assim os dois se uniram, tornando Iansã a rainha da coroa de Xangô, esposa preferida de Xangô, os dois se dão muito bem e trabalham em equipe, ele é o Senhor da Justiça, ela a Rainha do Tempo.

    Iansã encaminhava os ventos afim de fazer uma limpeza no mundo ao fim das guerras ,bem como os trovões para anunciar que os raios pertencentes a Xangô estavam próximos de chegar.

    Oyá ganhou muito conhecimento sobre a guerra com esses dois orixás, Ogum e Xangô, por isso tornou-se uma Yabá obstinada que nada teme, nem mesmo a guerra, sempre acompanha os guerreiros nas batalhas pois não nasceu para ficar em casa.

    Iansã é associada no sincretismo religioso a Santa Bárbara, divindade católica que foi morta por seu pai ao se converter ao cristianismo, que após executá-la foi atingido por um raio em sua cabeça. Pela forma a qual seu pai morreu muitos equiparam a santidade católica ao poder que Iansã tem de controlar os ventos e raios.


    É um Orixá absorvedor que atua no polo da justiça juntamente com Xangô, absorvendo os desequilíbrios e dando direcionamento à lei divina. Quando alguém direciona algum ponto de sua vida, seja no campo da fé, do amor ou em qualquer outro fora da lei de Deus, esse Orixá irá colocá-lo no caminho da Lei Maior, atuando em seu mental e emocional para estimular a esse redirecionamento.

 Filhos de Iansã

    Gostam de comandar, são líderes natos. Possuem um carisma imenso, são extrovertidos, possuem um ímã muito forte, atraindo sempre a atenção por onde vão. Tem um poder de sedução muito potencializado, se vestem bem. Buscam sempre ser o centro das atenções, precisam ser paparicados. São temperamentais, possuem o gênio difícil, impulsivos, falam o que vem na cabeça, explodem.  Alegres, otimistas, vaidosos, irritáveis, atirados, perseguem seus desejos, são diretos no que querem, não escondem seus sentimentos de ninguém, são muito tagarelas e animados, podendo ser vingativos.

Oferendas e Saudação

    As oferendas à Iansã são o acarajé (bolinho frito no azeite de dendê, feito de feijão), o vinho rosé e as velas e flores amarelas. A cor na Umbanda é o amarelo ouro (do raio da manhã), apesar de alguns templos utilizarem o vermelho e o marrom (cor utilizada no Candomblé).

    Seu dia de homenagens é 04 de dezembro e sua saudação “Eparrey Oyá!”. Seus símbolos é a espada, o chifre de boi e o Eruexim (rabo de cavalo), com o qual controla e afasta o espírito dos mortos. Seu dia da semana é quarta-feira.

Karol de Xangô.

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