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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Oxalá

Oxalá

    Oxalá, também conhecido como o Orixá do branco, o pai de todos, O grande Orixá da Fé, foi  a quem Olorum deu a função de criar o mundo e os humanos. Sua lenda diz que o grande Olorum entregou a Oxalá o saco da criação, para que pudesse exercer sua função. O poder que lhe foi dado não o dispensava de cumprir as regras e de respeitar várias obrigações como os outros Orixás e em razão do seu caráter soberbo, ele se recusou a fazer oferendas a Exú, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo. Oxalá caminhava apoiado num grande cajado chamado Opaxorô, no momento em que ia ultrapassar a porta do além, encontrou Exú, que, entre suas múltiplas obrigações, tinha a  de fiscalizar a comunicação entre os dois mundos. Exú descontente com a recusa de Oxalá em fazer as oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir muita sede, então Oxalá para matar sua sede, não teve outra escolha senão o de furar com seu opaxorô, o tronco de um dendezeiro, então um líquido refrescante do tronco escorreu: era o vinho de palma. 

    Ele bebeu o vinho abundantemente, ficou bêbado e adormeceu. Então seu irmão Odudua, vendo o grande orixá adormecido, roubou-lhe o saco da criação, e se dirigiu a Olorum para lhe contar o estado em que encontrou o irmão. Olorum então passou a função de criar o mundo para Odudua e quando Oxalá acordou e percebeu que o saco da criação já não estava mais com ele, retornou a Olorum, que o proibiu, assim como toda a sua família de Orixás Funfun, de beber vinho de palma e de usar o azeite-de-dendê. Olorum, como uma forma de consolo, confiou-lhe a tarefa de criar os seres humanos.

    Dentro das sete linhas da umbanda, Oxalá se localiza na 1ª Linha, sendo o irradiador do trono da fé. A fé não é somente acreditar na religião em que seguimos, mas sim acreditar em nós mesmos, acreditar no próximo e nas coisas em nossa volta, então quando nos falta a fé, suplicamos ao grande Orixá Oxalá.

    O sincretismo foi desenvolvido a partir da necessidade dos escravos de esconderem seus Orixás em santos católicos, pois não tinham a liberdade de expressar sua fé e se caso expressarem abertamente seriam punidos, então, associavam as características dos santos aos Orixás. Oxalá é sincretizado a Jesus, e esse sincretismo se deve pelas características semelhantes, pois como Jesus, foi um grande mestre que trouxe diversas mensagens de fé, amor e paz, além disso também é o grande filho de Deus. 

    Oxalá é dividido em duas divindades, Oxaguiã que representa a força de um guerreiro e a luta necessária pela paz, e Oxalufã, que representa a sabedoria, calmaria e a paz.

DIA DO MÊS/SEMANA: O dia do mês de Oxalá é dia 25 de Dezembro (pelo sincretismo com Jesus) e o dia da semana é sexta-feira.

COR/PONTO DE FORÇA/ELEMENTO: A cor de Oxalá é o branco, pois simboliza todas as cores juntas. O seu ponto de força é todo o planeta Terra e seu elemento é o ar. 

INSTRUMENTO: Oxalufã leva consigo o Opaxorô, já Oxaguiã traz o seu pilão juntamente com seu escudo e sua espada.

OFERENDAS: Em suas oferendas podem conter, flores brancas, canjica branca, vinho branco, coco, velas brancas, etc.

ERVAS: Boldo, conhecido também como tapete de Oxalá, alecrim e rosas brancas.

SAUDAÇÃO:  Epa Babá! (Salve Oxalá!)

    Os filhos desse Orixá costumam ser pessoas calmas, sábias, criativas, destacam-se com facilidade e conseguem ser bons líderes. Normalmente se dão bem e gostam das crianças,fazem as coisas devagar, não gostam de ser mandados, têm dificuldade em acreditar nas coisas e principalmente neles mesmos. São pessoas com o ego muito grande, teimosas, não sabem perder e nem receber críticas. São fechados, tendo dificuldade de expor problemas e falar sobre si. Conseguem ser grandes conselheiros, gostam da calmaria, são generosos, perfeccionistas, não gostam da desordem, são batalhadores e determinados. Irritam-se com coisas bobas e são carinhosas. São pessoas da paz, mas quando entram no negativo tornam-se autoritários, ficam muito críticos, frios, calculistas e distantes.

Lendas de Oxaguiã


LENDA DO PILÃO

    Oxaguiã teria nascido em Ifé, bem antes de seu pai tornar-se o rei de Ifan. Valente guerreiro, desejou, por sua vez, conquistar um reino, então partiu, acompanhado de seu amigo Awoledjê. Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamado Ejigbô e aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Ele tinha uma grande paixão pelo inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia deste iyan a todo momento; comia de manhã, ao meio-dia e depois do descanso do almoço; comia no jantar e até mesmo durante a noite, se sentisse o seu estômago vazio! Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia ser-lhe servido.

    Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse preparado seu prato predileto! Impressionados pela sua mania, os outros Orixás deram-lhe um cognome: Oxaguiã, que significa "Orixá-comedor-de-inhame-pilado", e assim passou a ser chamado.


O NASCIMENTO DE OXAGUIÃ      

    Nasceu dentro de uma concha de caramujo e não tinha mãe, quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido e sem rumo. Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado. Apesar de feliz com sua nova cabeça branca, ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos e sofria muito. 

    Um dia encontrou Iku (a morte), que lhe ofereceu uma cabeça fria e apesar do medo que sentia, o calor era insuportável, por isso acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu, mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava o tempo todo com o Orixá, então Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça branca, mas tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas.

 Lays de Oxaguiã

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