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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Não para nós, toda glória para Deus!

Não para nós, toda glória para Deus!

O Título acima é uma tradução não literal de um lema templário que diz no original: "Non nobis Domine, non nobis. Sed nomini Tuo ad gloriam". Uma tradução mais literal seria: “Não por nós Senhor, não por nós. Mas pela glória do Teu nome.”

Essa frase foi retirada do livro bíblico de Salmos e se refere claramente a que, antes de nós nos envaidecemos pelas conquistas, devemos agradecer a Deus por ter nos permitido alcançar, por ter nos dado saúde e capacidade para a luta pelos objetivos. Antes de tudo a glória é de Deus.

É interessante discutirmos sobre essa frase, principalmente em contexto religioso, pois se torna cada dia mais frequente as pessoas depois da glória passarem a se sentirem o próprio Deus, acharem que não tem mais o que aprender e perderem toda a humildade e isso no meio religioso, principalmente entre as lideranças é um grande câncer.

 


Podemos ver em variadas religiões líderes que se perderam no caminho, que começaram com um trabalho bonito e que depois passaram a atribuir milagres, benção e conquistas a si mesmos, muitas vezes, cobrando altos valores por atendimentos e “objetos abençoados”. Valorizando demasiadamente sua imagem e se esquecendo que quem os fez crescer foi a própria espiritualidade e Deus.  O que aconteceu com esses senhores, que na maioria das vezes realmente já tiveram uma conexão divina, foi que passaram a colocar o próprio nome a frente do de Deus. E por isso creio eu, se perderam, em busca de fama e dinheiro. Muitos deles ao invés de serem um guerreiro para a luz, tornam-se criminosos que cometem estelionatos para tirar o dinheiro suado de quem por inocência acredita em suas picaretagens.

E quem atira a primeira pedra e acha que isso não acontecerá jamais com ele, erra. No mundo umbandista por exemplo é muito comum médiuns se envaidecerem das consultas dos “seus guias”, se acham e dizem aos quatro ventos ser médiuns fortes, muitas vezes julgando a incorporação dos outros como sendo menos legítima, e não fazem isso por serem ruins, mas simplesmente porque os próprios consulentes confundem muito isso. Ao invés de agradecer a Deus e aos guias divinos, suas bênçãos muitas vezes tem uma gratidão maior ainda ao médium. A gratidão ao médium é correta, pois ele abdicou de tempo de sua vida para prestar auxílio à espiritualidade, mas aqueles médiuns que incorporam um guia espiritual “famoso” não fazem menos nem mais do que outro que tem um guia mais discreto. É muito fácil cair na armadilha da vaidade, na armadilha do dinheiro. Espiritualidade é coisa séria para gente séria e exige responsabilidade, como diz o Caboclo Sete Flechas.  

Só com muita oração e vigilância poderemos nos ver livres das “rasteiras” da vaidade. Para isso lembremos sempre de Deus nos momentos de glória e não só para pedir nos momentos de dificuldade. Por isso acredito que a frase templária é tão poderosa que, se sempre nos lembrarmos dela, ela poderá ser um escudo quanto a vaidade, a corrupção e outros males que sempre fazem muitos religiosos caírem.

Axé

Ricardo de Ogum Matinata


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