Águas passadas não movem moinhos
Muitas vezes durante os caminhos da vida nos desentendemos com os mais variados tipos de pessoas e pelos mais diversos motivos. Nos desentendemos no cotidiano com, desde aquele colega de trabalho do qual não temos nada a ver até com os familiares mais próximos. E devido a muitos desses desentendimentos e brigas, existem até mesmo pais e filhos que não se falam, amigos que antes eram antes inseparáveis e que agregaram muito nas vidas um do outro que passam a odiar-se, o que é muito triste. Na grande maioria das vezes esse rompimento de laços ocorre devido ao orgulho das partes em reconhecer seus erros e respeitar o caminho que o outro escolheu.
Diante dessas situações devemos parar de ser reativos, pois a desavença que nasceu de uma discussão ou mágoa pequena pode cada vez mais aumentar devido a implicâncias e a “necessidade de provar estar certo”. Ninguém é obrigado a conviver com pessoas que a façam mal, mas o ideal é fazer o melhor por nós mesmos, e viver com mágoas no coração nunca é algo saudável. Muitas vezes brigas entre familiares iniciam quando um não entende as escolhas do outro e tenta forçar a sua própria verdade sobre o outro, achando que sabe o que é melhor para esse. Quem melhor do que nós mesmo para decidir o que é ruim e bom para a gente? É verdade que muitas vezes tomamos decisões erradas que nos fazem sofrer, mas se nosso eu interior pede aquele caminho, aquele erro é necessário e um aprendizado valoroso que talvez seria difícil conseguir de outra forma.
O ideal seria que as pessoas não levassem para o pessoal as críticas que o outro faz, se são indevidas, não devemos nos deixar incomodar, e se é um defeito da pessoa, devemos ser tolerantes e caridosos. Sim, a caridade também está em suportar uma pessoa que está irritando ou sendo inconveniente, só assim não nos rebaixamos ao mesmo nível. Seria muito bom que familiares e amigos pudessem sempre se perdoar e ser próximos, mas é verdade que em alguns casos esse convívio pode ser negativo, pois uma das partes só aceita se a sua verdade prevalecer e isso pode agredir a natureza do outro, nesses casos o ideal é nos esforçarmos para perdoar a pessoa e desejar a evolução e o bem dela, mesmo que distante, pois a primeira fidelidade sempre tem que ser consigo mesmo. Não podemos trocar nossa paz de espírito pela vontade de outra pessoa, por mais próxima que seja e por mais amor que sintamos por ela.
Esse pequeno texto tem como objetivo trazer a reflexão se estamos fazendo nossa parte para nos reconciliar com o próximo. Se não estamos deixando o orgulho nos dominar e se não estamos sendo reativos. Fazendo nossa parte, nos tornamos pessoas melhores. E se for a vontade do outro teremos novamente um convívio que poderá nos ensinar. Cada pessoa é uma chave que desperta diferentes emoções, sentimentos e inspirações em quem as encontra. Cada um de nós carrega seu sagrado interior que pode ser utilizado para ensinar aquele que não tem as mesmas facilidades. Devemos sempre buscar o perdão e reconhecer nossos erros e fraquezas, só assim evoluímos, só assim não alimentamos magoas infantis e atitudes de rancor e desarmonia. Devemos sempre lembrar que atraímos aquilo que vibramos. Que Deus possa nos abençoar e que possamos ser pessoas cada vez melhores.
Axé,
Ricardo de Ogum Matinata