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terça-feira, 19 de maio de 2020

A oração do Pai Nosso: Um pacto com Deus


A oração do Pai Nosso: Um pacto com Deus

           Hoje falaremos da oração ensinada por Jesus Cristo, a oração que a maioria das pessoas faz e conhece, mas será que conhecem mesmo? Na verdade, poucos param para pensar realmente no significado de cada trecho dessa bonita e forte oração, tentaremos analisar e mostrar durante o texto que esta oração clama por justiça e não que somente coisas boas aconteçam nas nossas vidas. Vejo como se fosse um pacto com o divino, em vários trechos, como se dissesse ““traga o que for de nosso merecimento”.
          “Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu.”
    A primeira parte demonstra a humildade dos homens perante a Deus, demonstrando nossas limitações e evocando o sagrado para nossas vidas. No fim desse trecho já se inicia o “pacto”: seja feita a vossa vontade e não a minha. Nesse trecho reconhecemos que não sabemos o que é melhor para nós mesmos e que enfrentaremos quaisquer dificuldades que o senhor achar necessária para o nosso crescimento. Se dependêssemos da nossa vontade ninguém escolheria passar pelos maiores traumas e dificuldades na vida, só depois podemos ver o quanto crescemos nessas situações. A vontade do senhor é soberana tanto no mundo físico quanto no mundo espiritual.



          “O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”
           A segunda parte, continua em tom de humildade, pedindo que o senhor nos possibilite o sustento de cada dia, o pão, que para mim é uma alegoria para o básico para nossa subsistência, um teto, comida, saúde para trabalhar etc.
           Outro ponto que funciona como um pacto é “perdoai-nos nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, ou seja, só nos perdoe se perdoarmos também. No evangelho de Mateus, esse trecho fala em dívidas no lugar de ofensas, na minha visão, essa versão foi preterida para que as pessoas não usassem a oração como desculpa para não pagar suas dívidas financeira, mas faz muito sentido quando pensamos em dívidas espirituais. Se eu falhei com alguém, humilhei, joguei energias negativas, desejei o mal para ela, eu automaticamente crio um laço energético com aquela pessoa, uma dívida espiritual. Caso eu perdoe quem me fez o mal, que o senhor possa absolver as vezes que fiz mal ao meu próximo. Perdoai nossas dívidas, ofensas, pecados, mas só se eu for merecedor e perdoar o meu próximo também. É como se disséssemos: que eu seja perdoado se eu perdoar, mas do contrário que eu sofra as consequências.


           “e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém.”

            A parte final pede que possamos ser fortes diante da tentação, que para mim é viver conforme aos olhos humanos e não aos de Deus, tentar servir a dois senhores, aos olhos humanos sempre temos pouco e nunca estamos satisfeitos, é como perseguir o vento, um caminho sem fim. Sempre achamos que temos pouco dinheiro, muitos desejam a mulher (ou homem) do próximo, tomamos todas decisões tendo como fim o status e o lado financeiro, sempre queremos muito além do que precisamos e isso tem reflexos muito sérios, tanto para a natureza quanto socialmente e quando as consequências chegam (catástrofes naturais, roubos, furtos, violência, desigualdade) nos assustamos, mas sempre colhemos o que plantamos. Nesses atos podemos ver vários dos pecados capitais, que não devem ser uma ameaça de que iremos para o inferno ou umbral, mas que tem grandes reflexos na própria vida diária. Devíamos mudar buscando um viver mais harmonioso e despertando nossa essência sagrada.
             A oração termina pedindo que nos livre do mal, que é tanto o mal de terceiros, mas principalmente do nosso próprio mal, este é realmente o que mais nos prejudica, nós umbandistas sabemos bem disso, não há pior demanda do que a que fazemos para nós mesmos. Mente negativa, baixa vibração e inveja tudo isso envenena o ser e deve ser evitado.
            Esperamos que esta leitura ajude a cada um ver a oração do pai nosso com outros olhos e enxergar o compromisso que faz com Deus a cada momento que a reza.

Axé,
Ricardo de Ogum Matinata

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