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terça-feira, 17 de junho de 2025

Flor de Colônia

 Flor de Colônia

A planta flor de colônia é utilizada de forma gastronômica e medicinal, possuindo um sabor suave de gengibre, podendo ser utilizada em variados pratos. Além de ser explorada no meio medicinal, possuindo a fama de possuir efeitos calmantes e ansiolíticos. Alpinia zerumbet é da família das Zingiberáceas, mesma do gengibre e do cardamomo, nativa no leste asiático e ilhas do Pacífico. A referida planta é também conhecida no meio medicinal como Falso-Cardamomo, Gengibre-concha e Azucena-de-porcelana, o qual costuma cerca de fôrma utilizada no que condiz ao ornamental, sendo consumidas pelas abelhas que apreciam suas flores.

Ao que se refere a medicina popular é muito utilizada em forma da infusão das folhas e flores, para assim promover um relaxamento e ajudar a combater o estresse do dia a dia e também a insônia, possuindo uma ligação ao que tange as vivências negativas criadas por uma rotina agitada, considerando que funciona como um sedativo suave. Além de estar relacionado a questões sentimentais e emocionais, a referida planta também possui uma forma de auxílio na saúde física, podendo ajudar a reduzir a pressão arterial, muito utilizada por pessoas com hipertensão. Também é utilizada como um meio anti-inflamatório.




Na culinária, está entrando em abrangência não somente a questão do gosto ou textura de se apresentar, mas também ao que tange a forma de auxílio que a Flor de Colônia pode trazer ao ser ingerida em formato de alimento, considerando que traz uma maior digestão através dos rizomas possuindo uma ação diurético, sendo também utilizadas em bebidas. A planta Flor de Colonia poderá ser utilizada através de preparos de xarope, possibilitando o auxílio em problemas inflamatórios. A planta pode ser acompanhada na forma de banhos, auxiliando em questões emocionais, considerando que por algumas doutrinas a flor é uma planta sagrada do Orixá Oxalá, podendo ser usada em trabalhos de defumações.

Lívia de Obaluaê




segunda-feira, 16 de junho de 2025

Comportamento - Conduta dentro e fora do terreiro

 Comportamento - Conduta dentro e fora do terreiro

través desse texto, aponto questões referentes a bons comportamentos de, para além de médiuns, pessoas no contexto da comunidade de axé, dentro e fora do terreiro, para que todos consigam exercer e exprimir atitudes e conhecimentos de forma geral, de forma útil nos diversos momentos de vida.

É importante nos dedicarmos a uma atenção nas ações do dia a dia, seja em forma de pensamento ou concreta. Através dos ensinamentos dos guias, deve ser aperfeiçoado, junto com as vivências para além do Terreiro, questões do dia a dia levadas para dentro do templo que impactam na estrutura energética e social do todo; tanto para o positivo, quanto negativo. De nada adianta aplicar boas condutas e comportamentos fora do nosso espaço, sem antes aplicar no ambiente físico, socialmente falando, e espiritual, ou também de forma contrária, pois isso seria apenas uma forma de enganar a si próprio de suas atitudes imperfeitas e egoístas.

Diante disso, entende-se que há necessidade de obtermos meios positivos de relação e convívio em todos os meios que estamos inseridos. Em um ambiente pequeno, se tratando da relação comunitária com pais e irmãos de santos, é requerida muita paciência e sabedoria, as quais muitas são repassadas pelas entidades, devendo nós, encarnados, praticar tal conhecimento para com atitudes, tendo em vista que apenas pregar da boca pra fora não adianta, e não estaria impugnar das consequências advindas das ações impensadas.

No momento de adentrar ao templo, é necessário que se crie em pensamentos o real objetivo de estar ali, considerando que todos possuem suas rotinas e obrigações fora do ambiente espiritual. Podendo passar por momentos difíceis e estressantes, cabe a cada um utilizar, novamente, dos ensinamentos e conhecimentos passados pelas entidades, e até percepções pessoais, podendo diferenciar o ambiente em que se encontra, para que assim não maltrate ou crie uma esfera negativa dentro dessa esfera espiritual, buscando se portar da maneira mais adequada possível, independente dos acostamento realizados no cotidiano.

Ao que pese os comportamentos apresentados dentro do terreiro e fora dele, a potência da corrente mediúnica é apresentada e soldada a partir da força e energia de cada um. No momento em que não há harmonia e respeito perante os pais, mães e irmãos de santo, ocorre uma quebra de elos. Afetando a todos os presentes, mesmo sem consciência, dificultando também o andamento e trabalho da casa e dos médiuns, prejudicando a egrégora.

A conexão entre os próprios irmãos de santo não impactaria sua vida fora, entretanto, errôneo é aquele que distingue as consequência das atitudes negativas para fora do chão de axé, tendo em vista que tudo o que é vivido no espiritual terá um rebote no físico. Um exemplo disso é caso você não cumprimente um irmão de santo porque não pactua com a mesma forma de pensar e agir dele, ou porque não possuem intimidade ou diversos outros motivos. Terá também portas e caminhos se fechando perante a si mesmo, ao fato de que não estará pronto para colher novos frutos, uma vez que não se adaptou às pragas naturais. Tendo jogo de cintura para lidar com elas, usando como exemplo as atitudes, pensamentos etc.

Aquele que não está preparado para estabelecer boas maneiras perante o ambiente do terreiro, também não estará firme o suficiente para progredir na vida física. Sempre há de se ter uma aproximação energética parecida, perante os presentes no ambiente espiritual que ressoa no físico, onde é necessária nossa inteligência emocional. No dia a dia temos que estabelecer meios de impulso, além de ressaltar questões de trabalho, familiar, social e de amizade. É importante que os irmãos de santo, juntamente com os dirigentes da casa, estabeleçam meios de aproximação, que utilizem a prática de cumprimentar e conversar de forma simples e descomplicada, para que a própria corrente não se desfaça com sentimentos negativos ou de baixo grau vibratório. Um exemplo utilizado por algumas casas, é o momento em que antes da gira é feito um abraço geral com todos os presentes, para que, caso haja qualquer desavença ou estranheza entre os médiuns, estes se dissolvam.

Uma vez que se passou por cima de questões de orgulho, ego e vaidade e é aceito que, acima de qualquer coisa há de se haver o respeito e igualdade perante todos, sem distinção entre cargos, tomemos consciência e controle sobre nossos atos. Sacrifícios necessários. Entende-se que o terreiro, esse chão, é nossa base, é o que nos dá força e energia para realizar quaisquer trabalhos repassados pela espiritualidade. Logo, para sua sustentação, os irmãos de santo e dirigentes têm de estar bem consigo mesmo e com os próximos, referidos como estruturas da nossa base, alimentando e fazendo a manutenção dessa relação, para fortificar os laços, potencializando o todo. Caso não haja predominância de boa comunicação e convivência, não há elo que resista, é sobre sobrevivência e fortalecimento da corrente mediúnica.




Esse cuidado para com as relações, é exemplificado em atos como o de chegar no terreiro e pedir a benção aos dirigentes, o cumprimento simples aos irmãos, tratando todos de forma igualitária, sem distinção de qualquer que seja. Assim colocamos em movimento nossos saberes, desenvolvendo de forma síncrona, o pessoal e o mediúnico. As práticas para além dos muros da casa de axé, dos dirigentes e irmãos de santo, mas num contexto social amplo, em todos os círculos também são importantes. O correto e firme desenvolvimento espiritual e mediúnico, não se trata apenas de questões referentes à incorporação ou outro desenvolviemnto de contato espiritual, mas sim aqueles pontos tratados que pegam exatamente na ferida, na melhora como pessoa, isso faz , como consequência, que o espiritual flua, perfazendo o real objetivo do desenvolvimento mediúnico.

Em suma, reiteramos que ao adentrar no terreiro ou em qualquer outro local, é necessário que se portem de maneira respeitosa, que se estabeleça bons laços, que o orgulho, o ego e a vaidade sejam deixados de lado, com a consciência de que ninguém é melhor que ninguém, pois o apontamento de erros ao outro, faz com que a ignorância prevaleça. Há de se reconhecer os momentos de erros, tendo humildade para pedir desculpas, além de diferenciar o espiritual do cotidiano, no momento em que for cultuar os ancestrais, para que não aja interferências energéticas. A evolução é pessoal, mas essa faz parte do coletivo, onde cada um deve trabalhar e desenvolver o seu interior, caminhando em conjunto.

Axé e consciência a todos!

Lívia de Obaluaê.




quinta-feira, 12 de junho de 2025

Sentimentos - Paixão na visão espiritual

 Sentimentos - Paixão na visão espiritual

No presente texto venho relatar uma passagem no Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em que pese o que está representado pelo capítulo 12- da perfeição moral, terceiro tópico, o qual retrata sobre as Paixões.

A primeira pergunta respondida pelo espírito, ao ser questionado sobre a natureza originária da Paixão, explicando questões inerentes a ela, juntamente com a segunda pergunta, constando sobre o limite da Paixão ao ponto de se tornarem más. “907. Será substancialmente mau o princípio originário das paixões, embora esteja na natureza? Não, a paixão está no excesso de que se acresce a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal. 908. Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?

As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmo, ou para outrem.” De tal maneira, é a partir desses pensamentos em que é necessário observar a importância do equilíbrio em nosso dia a dia. Além de buscar boas maneiras para praticar nossas ações, uma vez que a partir do momento em que não é representado atitudes positivas, aquilo em que está prestes a proporcionar um retorno, perceberá a sua forma de baixo grau a ser devolvido, considerando os meios utilizados para obtenção de algo desejado.





Primordialmente, a paixão é algo positivo e inerente do homem, entretanto, a partir do momento em que é utilizada para meios próprios os quais poderiam gerar perigo de dano a outrem ou para si mesmo, contraria o seu objetivo base.  Deixando-se levar por questões rasas que dizem respeito apenas ao dia a dia, colocando em pauta somente questões terrenas, sem se importar com o espiritual ou real essência do sentimento bruto. As causas negativas, sejam quais forem, estão inseridas no excesso, não somente por ser ou não, mas ao que representa a atitude em desequilíbrio apresentada pelo homem, considerando que até mesmo boas ações ou bons sentimentos também atrai para si questões negativas quando utiliza de forma soberba e sem preparo, levando ao rompimento da ação.

No Livro dos Espíritos, toda paixão que aproxima o homem da natureza animal afasta-o da natureza espiritual, atraindo a importância do equilíbrio e senso ao realizar atitude referente ao tema. Em um sentimento natural há que se ter trabalhado todos os dias para que não haja rompimento do homem com atitudes de cunho egoísta e vaidoso. A paixão ora apresentada não somente se refere a questões de romance perante o próximo, mas também com os seus próprios objetivos e quereres do dia a dia, a serem também relacionados ao sentimento da paixão, conforme apresentado acima. Sendo assim, as paixões sejam averiguadas e tomadas de forma equilibrada e conexa com a realidade, para que assim possa haver a real utilização dos termos apresentados na forma limpa e natural do sentimento.

Lívia de Obaluaê







terça-feira, 10 de junho de 2025

Introdução a linguagem do Tupi antigo

 Introdução a linguagem do Tupi antigo

Os portugueses chegaram ao Brasil por volta de 1500, nessa época era utilizado diversas línguas em todo o território. Dessa forma era divido as linguagens por ambientação onde cada grupo se encontrava residindo, considerando tal conhecimento, é necessário apresentar a língua Tupi, reconhecida pelos Estrangeiros de Língua Brasílica. A presente forma de comunicação pelos índios era muito falada nas regiões costeiras ou próximo destas, onde foram fundadas as principais vilas brasileiras, que atualmente encontra-se uma população gigantesca, com milhões de habitantes.

O que é designado como Tupi-Guarani, é também conhecida como uma linguagem, entretanto, diferentemente do que é apresentado como língua Tupi-Antigo, considerando que ambas são línguas que eram faladas pelos nativos de regiões distintas, bem estando em uma mesma família linguística. A língua Tupi-Antigo não foi a única que teve conexão com os Portugueses, entretanto, foi essa a língua mais habitável pelos estrangeiros, por onde eles aprenderam e buscaram se comunicar através dela. Dessa forma, foi a presente linguagem que os colonizadores se empreenderem em aprender e utilizar por um longo tempo. 

Assim, considerando todo o arcabouço cultural, o Tupi-Antigo é considerado a língua indígena clássica do país, uma vez que representa as comunicações iniciais entre os estrangeiros e os que já habitavam a região. Alguns jesuítas compreenderam em elaborar regras gramaticais para se adaptarem à língua aprendida com os indígenas, conforme feito pelo José de Anchieta e Luís Figueira, publicando o mesmo em 1595 e 1621, respectivamente.

A linguagem Tupi ainda está presente nos momentos atuais, seja de uma forma cultural ou até mesmo no nosso dia a dia, ao utilizar expressões recorrentes, como paca, capivara, tatu, jacaré-açu, cotia, perereca, guará, ubá, maniva, taquara, pindoba, pipoca, pirão, pururuca, mandioca, puba, expressões como “ficar com nhenhenhém”, “estar jururu”, “chorar as pitangas”, “ir para a cucuia” etc. É relacionado também a nome para coisas, lugares e objetos, como Jabaquara, Tatuapé, Itaquera, Piratininga, Bertioga, Itanhaém, Paraguaçu, Cuiabá, Curitiba, Pará, Paraná, Sergipe, Paraíba etc., e na antroponímia, em nomes como Juçara, Moema, Iracema, Maiara etc., além de ter dado contribuições sui generis à literatura e à história de nosso país.

A presente língua é de suma importância para a sociedade até os dias atuais, trazendo recordações históricas e culturais, além de nos relembrar a utilização no dia a dia.

Axé. 

Lívia de Obaluaê. 


segunda-feira, 9 de junho de 2025

Abre caminho - Planta medicinal

 Abre caminho - Planta medicinal

No presente texto irei tratar sobre a planta medicinal “abre - caminho” (Justicia gendarussa), sendo de suma importância para o auxílio da saúde e trabalhos realizados dentro da Umbanda.




“Abre - caminho” é uma erva muito utilizada na medicina e em rituais, possuindo outros nomes, como: quebra demanda, vence-tudo e vence-demanda. De tal maneira que, em determinadas regiões será reconhecida com nomes diferentes para a mesma. Diante disso, é importante pontuarmos os benefícios dela para a saúde, sendo utilizada todo o seu composto, de folhas a raízes, que podem auxiliar no tratamento de artrite, além de ter potencial anti-inflamatório e analgésico natural. Repelente, tratamento de aftas e tosse, além de gonorreia e outras doenças venéreas, estão na sua alçada. Sendo realizado seu cultivo, em grande parte, caseiro, exigindo cuidados básicos para que ela se desenvolva da melhor maneira possível para sua utilização, também serve como ornamentação. 

No contexto espiritual, a planta abre-caminho é considerada uma erva quente e agressiva, uma vez que é bastante utilizada em rituais de descarrego, abertura de caminhos e/ou em contextos onde é necessária uma energia mais densa para concretizar os trabalhos ali realizados. Ações realizadas por essa erva nos trabalhos, são de: eliminar; quebrar; paralisar e proteger, desse modo, é claro perceber que todas que seu uso é voltado para rituais mais intensos, que necessitam de um amparo energético maior. Uma das funções mais presentes da referida erva é quebrar demandas mentais, as quais são projetadas para um indivíduo, ou até mesmo através dos nossos próprios pensamentos, também sendo utilizado para questões de olho gordo ou inveja.




Além da ação de retirada de negativação energética, a erva também é utilizada como forma de equilíbrio, podendo proporcionar novas vivências para o encarnado que realmente conseguir manipular a sua energia, ou sendo utilizado por entidades, que ali também manipulam devido a necessidade de cada encarnado. Nas vivências em giras, é possível perceber que são utilizadas por meio de bate folhas, macerados, defumações ou até mesmo na orientação de banhos, devidamente feito pelos guias. Da forma energética de trabalho, a abre-caminho é também utilizada como anti-inflamatório e analgésico natural. Suas folhas contém antioxidantes como alcaloides, flavonoides e saponinas, além de outras substâncias que proporcionam o tratamento no auxílio com dores, tosses e asmas.


Em alguns países é utilizada para tratar dores de cabeça, juntamente com o tratamento de dores internas. Interessante apresentar também no presente estudo que, a referida planta, é sinônimo de estudos para uma cura de HIV, com o composto químico, chamado “patentiflorina A”, sendo derivada da planta abre caminho, o qual poderá retardar a progressão do vírus, a pesquisa foi publicada em 2017 através do Journal of Natural Produts. E assim, encerramos nosso texto, compartilhando conhecimento de plantas e ervas, na força de Ossain.



Ewe ó!

Lívia de Obaluaê







quinta-feira, 5 de junho de 2025

Carqueja - Planta medicinal

 Carqueja - Planta medicinal

No presente texto iremos abordar curiosidades e entendimentos essenciais sobre a erva carqueja, que auxilia na preservação e cuidado da saúde física e espiritual. Essa planta é da espécie Baccharis trimera, sendo muito utilizada de forma caseira, através de conhecimentos ancestrais, para o tratamento de mazelas diversas. Originária da América do Sul, nativa da região amazônica, possui características ornamentais e medicinais, mas também pode ser utilizada na aromatização de licores e vinhos, e na produção de vassouras rústicas. A ausência de folhas dá à planta um aspecto diferenciado, com suas hastes compridas, podendo atingir até dois metros de altura, e com elas são feitos os preparos para fins medicinais.



A carqueja auxilia em problemas relacionados à pressão arterial e o alto nível de açúcar no sangue, além dessas, rica em antioxidantes, como quercetina e rutina, que estimulam a produção de glóbulos brancos, células de defesa essenciais para prevenir e combater infecções. Observamos seu uso em tratamento de má digestão, como gastrite, e cálculos biliares, também é possível a sua utilização para fins de fortalecimento do sistema imunológico. Com ação anti-inflamatória e diurética, pode ser ativada para melhora da digestão e gases intestinais. A forma mais utilizada de consumo é através de chás, onde utilizamos suas hastes, encontradas com certa facilidade em lojas de produtos naturais e farmácias de manipulação.

Energeticamente, é considerada uma erva fria, atuando especificamente em alguns campos magnéticos. Sua utilização na Umbanda é dada a quebrar pensamentos ruins, tristeza e negatividade; nos coloca no presente, enxergando-o com mais carinho e nos conectando mais com o agora. Com alta fluidificação equilibradora, é comumente utilizada junto com ervas mornas e/ou quentes.   

Algumas entidades manipulam a carqueja quando em terra, ou na orientação de trabalhos, como em garrafadas, bebidas, macerados e outros preparos. Nesse caso, o trabalho realizado pela entidade é específico, sendo assim, é necessário que sempre se pergunte o porquê e como é utilizado a erva por aquele espírito. Considerando que cada um trabalha de uma forma diferente, possuindo fundamentos diversos, mas sempre com o intuito de auxiliar o encarnado em sua saúde, seja espiritual ou material.






É importante ressaltar que qualquer tipo de erva deve ser utilizado com cautela e equilíbrio, não podendo ser diferente em relação a carqueja, já que seu uso em excesso traz alguns efeitos colaterais como leucopenia (redução do número de leucócitos no sangue), hipotensão arterial, distúrbios digestivos e queda da imunidade. A referida erva é contraindicada para mulheres grávidas ou em amamentação. Por conseguinte, além do que já citado, outros benefícios que o uso da carqueja pode trazer aos encarnados é o auxílio no controle de glicemia, diminuição da pressão arterial, combate a retenção de líquidos (pode ajudar no emagrecimento), dentre vários outros benefícios que acarreta na melhora física e espiritual. 

Salve a força das matas. 

Salve a força das folhas. Salve a força de Ossain. Ewe ó!

Lívia de Obaluaê


terça-feira, 3 de junho de 2025

Banhos de descarrego

 Banhos de descarrego

Os banhos de descarrego são utilizados para exercer um trabalho de livrar o nosso corpo de energias densas ou até mesmo excesso de energias, não necessariamente negativas, formando novamente, um equilíbrio energético do corpo, mente e alma. Dessa forma, é importante observar a importância de estarmos com a energia devidamente equilibrada, considerando que a prática negativista de reequilibrar a mente e a alma, pode causar impactos sumariamente desfavorável, trazendo situações desagradáveis, com aproximação de espíritos de baixa vibração, o que ocasionaria questões relevantes para o desencadeamento de ações e acontecimentos prejudiciais ao encarnado, tendo em vista, que a aproximação de tais de nada causaria de positivo.

Vale salientar que a falta de cuidado e zelo pelo espiritual poderá causar problemas advindos de forma energética, como discussões no dia a dia, cansaço, pensamentos negativos, egoísmo, ego, vaidade, irritação e insônia, tais sintomas é a consequência pela negligência em razão do seu próprio eu. De tal forma, é utilizado banhos de ervas quentes, para conseguir efetivar o reequilíbrio das energias do encarnado, sendo assim, é importante que a pessoa que vai receber o banho acredite de forma séria no poder das plantas, uma vez que somente com a concordância mental é possível realizar os trabalhos de forma eficiente. 

Além disso, é importante considerar que o encarnado deverá sempre, ao decorrer do banho, manter pensamentos positivos e realizar pedidos para que possa voltar ao seu equilíbrio energético, devemos lembrar que as plantas precisam de uma ativação para funcionarem, senão, estaria apenas jogando uma água com folhas, sem o efetivo efeito que pode ter. O referido banho terá uma atuação de limpeza profunda, retirando as larvas astrais e limpando o campo energético, sendo assim, é de suma importância que se mantenha os preparos de forma séria, considerando que as ervas possuem uma atuação rápida e densa.

Diante disso, é necessário procurar orientações com os guias para realizar os banhos, seja ele de descarrego ou de energização, uma vez que é preciso possuir as informações adequadas, para que não ocorra a piora dos sintomas envolvidos.

Axé. 

Lívia de Obaluaê.


segunda-feira, 2 de junho de 2025

Moringa

 Moringa

Moringa Oleífera ou acácia branca, é conhecida também por “Árvore da vida” e “árvore da juventude ou liberdade”, é nativa da Índia e pode chegar a 10m de altura. Esses nomes se popularizaram pelo fato de ser uma grande fonte de diversos nutrientes essenciais para a saúde humana. Incluídos nessa lista podemos observar a vitamina A, C, B1, B2, B3 e B6, não apresenta o colesterol ruim e tem uma grande taxa de gordura boa, proporcionando também Zinco, Cálcio, Potássio, Ferro, Magnésio e 9 aminoácidos indispensáveis para nós e que não são produzidos pelo corpo humano. 

A Moringa possui muitas propriedades físicas, como no tratamento de hipertensão, diabetes tipo 2, doenças ósseas e dores causadas por inflamação. Age como um escudo poderoso para o sistema imunológico evitando patógenos e contaminação e contração de doenças respiratórias. É utilizada no tratamento de asma, rinite alérgica, doenças autoimunes, e reações alérgicas causadas por alimentos. Cicatrização de ferimentos, úlceras e a regeneração do fígado. Evita o surgimento de pedra nos rins, além de outras doenças hepáticas. 

É um diurético poderoso o que ajuda no tratamento da obesidade, por possuir muitas proteínas é ideal para quem come compulsivamente, tendo em vista que as proteínas diminuem a vontade de consumir carboidratos. Vem se mostrando funcional na prevenção da catarata e outras doenças relacionadas à visão por conta da quantidade de vitamina A. Assim como o envelhecimento precoce amenizando até as rugas de expressão 

Os benefícios da moringa por conta dos aminoácidos podem ser vistos também no tratamento do Alzheimer. Segundo estudos em ratos, a moringa pode amenizar e estancar o processo de deterioração das células cerebrais em pacientes que já contraíram a doença. Para aqueles que têm apenas a predisposição a moringa pode ser uma forma de retardar ou até mesmo evitá-lo. No tratamento do câncer, além de evitar a doença, inibe a proliferação das células cancerígenas. Leva as células contaminadas a morte programada. 

Mostrou-se eficiente em testes de laboratório contra o câncer do útero, cólon e do fígado. O seu resultado em outros tipos de cânceres está em processo de estudo, mas a utilização da planta moringa já se mostra muito promissora. Na Índia é relatado que a Moringa cura mais de 300 enfermidades, e dela podem ser aproveitadas todas as suas partes, sejam raízes, sementes, vagem, flores e folhas. 

A Moringa entra nas classes das ervas quentes e carrega a força da Orixá Logunan por trazer em sua casca a coloração predominantemente clara e principalmente por se tratar de uma árvore que cura com o tempo. É conhecida como “árvore milagrosa”, mas não leva essa nomenclatura ao pé da letra, pois sem o seu uso correto e contínuo não há melhoras.  Recordemo-nos do Orixá a qual é consagrada; Logunan age no trono da fé, portanto é preciso acreditar no poder de cura que a moringa possui para que então possa ser curado. 

A moringa age no mundo dos espíritos protegendo e curando o corpo espiritual; para uma cura mais forte se faz o banho das sementes da moringa e para uso cotidiano a ingestão das folhas da moringa. Lembre-se! Nenhum banho, macerado ou preparo com a moringa ou outra erva deve ser feito sem a orientação de um guia espiritual, todas as partes da árvore são utilizadas sim, mas se manuseadas de forma incorreta podem intoxicar ou acarretar problemas espirituais e desequilíbrios energéticos. 

Use o seu conhecimento com sabedoria. 

Axé! 

Lays de Oxaguian


quinta-feira, 29 de maio de 2025

Jaborandi

 Jaborandi


O jaborandi (Pilocarpus microphyllus) é uma planta nativa do Brasil que pode ser encontrada desde a Amazônia até em determinadas regiões do Piaui. O nome “jaborandi” vem do tupi-guarani “Ya-bor-andi" que significa “folha que faz suar”, fazendo referência a uma das principais propriedades dessa planta. É conhecido principalmente por suas folhas, que contêm um alcaloide chamado pilocarpina, utilizado medicinalmente. Quando uma folha de jaborandi é segurada contra a luz, é possível observar as glândulas cheias de óleo alcaloide. 

O Jaborandi é uma planta arbustiva que pode atingir até 3 metros de altura, suas folhas são compostas, alternas e apresentam uma coloração verde brilhante. As flores do Jaborandi são pequenas e cheirosas, de cor branca ou amarelada, e se agrupam em inflorescências terminais. Os frutos são pequenos e arredondados, de cor verde quando imaturos e pretos quando maduros.  

Ela está ameaçada de extinção devido a extração excessiva e quando cultivada em local controlado, não é possível aproveitar seus nutrientes de forma abundante, pois a pilocarpina não é produzida nas mesmas quantidades de quando encontrada na natureza. 


Sua descoberta se deu pelos povos originários da Amazônia, que utilizavam a planta nos rituais xamânicos; era empregada para produzir saliva e suor intenso.  Após diversos estudos sobre o vegetal, foram observadas outras ações que o jaborandi possui, como: 
  • Tratamento do glaucoma: a partir do jaborandi se faz um colírio que é utilizado para aliviar a pressão intraocular, proporcionando alívio aos pacientes. 

  • Controle da pressão arterial: possui propriedades vasodilatadoras, o que significa que ele pode ajudar a dilatar os vasos sanguíneos e melhorar a circulação. Isso pode ser benéfico para pessoas que sofrem de pressão alta, ajudando a controlar os níveis de pressão arterial. 

  • Alívio de dores musculares e articulares: possui propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, o que o torna eficaz no alívio de dores musculares e articulares. Ele pode ser utilizado topicamente na forma de pomadas ou óleos para aliviar a dor e a inflamação. 

  • Tratamento da queda de cabelo: amplamente utilizado na indústria cosmética devido à sua capacidade de estimular o crescimento capilar e prevenir a queda de cabelo. Ele atua estimulando a circulação sanguínea no couro cabeludo e fortalecendo os folículos capilares. 

  • Tratamento de problemas respiratórios: possui propriedades expectorantes, o que significa que ele pode ajudar a soltar o muco e facilitar a expectoração. Isso pode ser útil no tratamento de condições respiratórias, como bronquite e sinusite. 


O jaborandi pode ser utilizado para banhos de descarrego e como tratamento caseiro de doenças de pele e sarna. Ajuda na autoconfiança e no processo de decisão. É classificada como uma erva morna e traz a força do Orixá Obaluaê devido ao seu poder de curar as feridas. O chá das folhas é preparado a partir das folhas secas da planta. Para preparar o chá, basta adicionar uma colher de sopa de folhas secas em uma xícara de água fervente e deixar em infusão por cerca de 10 minutos. 

É importante lembrar que nunca devemos fazer banhos ou qualquer tipo de manipulação das ervas sem antes questionar um guia espiritual; as ervas podem sim nos auxiliar, mas utilizadas de forma incorreta podem nos trazer problemas. 

Axé! 

Lays de Oxaguiã 

terça-feira, 27 de maio de 2025

Reflexões - Sobre pedidos, axé e Exu

 Reflexões - Sobre pedidos, axé e Exu

A comunicação pode nos levar a caminhos claros de solução, já a sua falta, ruma direto ao caos e confusão, o que vai definir isso é o posicionamento, permissão e a direção seguida nesses acessos. Definida como o processo de troca de informações entre dois ou mais interlocutores, com o objetivo de compartilhar sentimentos, ideias, conhecimento, entre outros, a comunicação pode ser realizada de diversas formas, e em todos esses contextos ela envolve, principalmente, a intenção. Inserir-se em um meio social, partilhar conhecimento, questionar ou até despertar emoções, esses são exemplos intencionais de comunicação, um dos campos mais associados a Exu.  

Na mitologia iorubá, nas histórias de Exu, quem cultua, faz as oferendas, segue os conselhos e a sabedoria dos mais velhos, encontra a solução. Quem não o faz, recebe confusão. Como zelador da ordem universal, citamos a lei da compensação para melhor entendimento da energia desse Orixá. Nela, é dito que todo mundo colhe o que planta: a gente só arrota o que come, e só é cobrado daquele que tem. Reciprocidade no contexto mais amplo, seja mental, físico ou espiritual. 




Passando por processo pessoais, no meio de um enorme caos e confusão, tive um estalo onde reconheci, pela primeira vez, a energia de Exu na minha vida. Era tão nítida que chegava a ser palpável, agindo ativamente de forma avassaladora. Essa percepção se deu a partir de um ensinamento trazido por Exu Mirim, que me permitiu compreender de forma ampla todo o processo que estava passando, de maneira mais clara e concreta, onde entendi que para Exu, a gente tinha que pedir em voz alta. Por mais que o Orixá saiba tudo se passa na sua vida, que saiba o melhor caminho, ele só vai se movimentar por você, quando você deixar. Tendo o livre arbítrio, com variáveis de decisões, é necessário deixar clara a nossa permissão para que ele tome frente e aja. E isso só se dá, se houver comunicação. Exu é fala, e o poder fala, da boca, na perpetuação do axé, é indiscutível. 

Axé é o poder de realização, de transformação. A fala é a mensageira da intenção. A mesma boca que agradece, pede, comunica, é a mesma boca que se conecta com o divino; percebemos aí, nossa força. Mas também, é a mesma boca que pode praguejar, desejar o mal e amaldiçoar, cabendo a nós, na nossa infinidade de variáveis, escolher a melhor direção para levar nossa mensagem nos caminhos de Exu.

Agradecer em voz alta, pedir em voz alta, conversar com os guias e Orixás em voz alta, isso é se comunicar. É se expressar, com a intenção e clareza necessária pra transmitir o que queremos. Isso é Exu. E foi dessa forma, que consegui ter a sensibilidade de reconhecer essa força gigantesca, potente e viril que se movimenta ferozmente, desde que se é comunicada a intenção de movimentar, o querer. Depois de uma conversa em voz alta com ele, que conscientemente (mesmo sem saber), permite sua ação, e hoje, após essa percepção, agradeço também em voz alta. 

Peça a Exu em voz alta e agradeça no mesmo tom.

Laróyè Èṣù.

Laura de LogunEdé




segunda-feira, 26 de maio de 2025

Processos de terreiro - Desenvolvimento Mediúnico

 Processos de terreiro - Desenvolvimento Mediúnico

Percepcionando a estrutura do culto o qual fazemos parte, a Umbanda, coloco-o como prefácio para mergulho na importância grandiosa da comunidade, magia e religiosidade. É descrita sua construção com corpo sacerdotal, filosofia, ritos, enfim, um conjunto de sistemas que a caracteriza como instituição.

Historicamente, na Umbanda partilhamos de conhecimentos e vivências, como outras religiões afro-ameríndias, cultua sua ancestralidade através da invocação de espíritos. No nosso contexto, na Tenda de Umbanda Caboclo 7 Flechas e Jurema, estes são uma representação do povo brasileiro em sua forma mais crua, em resultado da miscigenação, escravização e colonização.

Essa invocação é o apuramento do desenvolvimento mediúnico dos praticantes, processo onde preparam a mente e o corpo. Aprendendo e praticando fundamentos e saberes diversos, se conectando com energias superiores e com os antepassados. Recebendo assim, entidades que os auxiliam enquanto encarnados, orientam, trazem cura, conhecimento e questionamentos onde, através disso, são capazes de modificar e trabalhar diversas áreas, fazendo com que essa vida seja mais agradável de se viver.



Para melhor compreensão desse processo, é entendido que a mediunidade, apesar de seus múltiplos conceitos e modalidades, varia conforme o contexto social e grupal em que está inserida. Além de depender da capacidade que o indivíduo tem de se comunicar com as entidades que habitam um plano distinto do terreno. Este é um fenômeno cultural e religioso legítimo, podendo ser verbalizado como uma capacidade intrínseca de cada ser. Desde que trabalhado de forma correta, torna-se uma ferramenta muito útil para auxílio, aperfeiçoamento e crescimento pessoal, o que reflete na comunidade como um todo já que auxiliando a si próprio, a energia estende-se ao seu entorno e, nesse contexto, este passa a ser agente e instrumento da espiritualidade. 

A invocação desses espíritos para auxílio de nada serviria se não seguíssemos suas orientações, os saberes dos mais velhos, carregados de metáforas, lições e ricas magias. Formas diferentes de lidar com a mesma situação, cada entidade com sua vivência, deixando sinalizada no físico e espiritual, marcas que perpetuam sua essência, fazendo desabrochar uma sensibilidade para que consigamos compreender o todo, onde coexistimos como parte deles, que também é parte nossa.

Quando se adentra numa família de axé, a convivência, a partilha, o trabalho, parece que é algo muito mais dignificante. Acho que é porque tudo é feito para algo maior, é feito para os guias, é feito para os Orixás. Nada tem a ver para qualquer pessoa física que esteja dentro daquele ambiente, nada é para o Pai ou Mãe de Santo, nem pros irmãos. É claro que reflete em ambos, mas só porque somos corpos e espíritos como extensão do divino. 




No terreiro é como se virássemos pessoas 100% funcionais. Aprendemos afazeres diversos, rebocar uma parede, arear panelas, cozinhar e até a conviver em sociedade, diferentes formas de se portar em situações de raiva, tristeza, desrespeito e nervosismo. Aos poucos, esses saberes ancestrais vão se entremeando em nós, vamos tendo entendimento, modificando nossa mente e coração, até o próprio espírito. Vamos colocando em prática boas atitudes até sem perceber, moldando e lapidando nosso caráter, nossa moral, sendo mais proativos, respeitando a nós mesmos e o outro, ultrapassando barreiras imaginárias que nos enjaulam. Descobrimos a força por trás das nossas raízes e o quanto elas estão lá, firmes e fortes, mesmo diante todo caos e tempestade, sustentando o nosso ser. E é assim, entrelaçado com o pessoal, que o desenvolvimento mediúnico acontece. Sincrônico. Sem um, não há o outro. 

A mediunidade é narrada no corpo e nos caminhos. Inerente ao desenvolvimento pessoal, o desenvolvimento mediúnico trabalha nossa melhora, lapidando a base bruta quanto pessoa física e espírito. Dessa forma, a espiritualidade é despertada e como num encaixe, age. Abrindo caminhos, mesmo que às vezes consideremos o seu fechamento, na nossa ignorância, fazendo limpezas íntimas, reformulando tudo para que estejamos minimamente asseados para contactá-la e servi-la. O acesso a ela é oportunizado, dimensionado e costurado a partir do pertencimento religioso, onde fazer parte de uma casa de axé, no nosso caso de uma casa de Umbanda, faz com que a experienciamos de uma forma única, diferente de um Candomblé, ou Casa Espírita, por exemplo.




O desenvolvimento pessoal e mediúnico simultâneo, permite que a conexão com o divino seja mais próxima e após costume energético, até facilitada. Consequentemente, formas variadas desse elo também vão aparecendo, visões, clarividência, olfativa, auditiva e incorporação, são exemplos e alguns dos tipos de mediunidade conhecidos. São conectores entre nós e algo maior. 

A ritualística compartilhada dos mais velhos, encarnados ou não, ampara o caminho e em cada momento da vida, a própria espiritualidade se encarrega de demonstrar a necessidade de desenvolvimento de cada um desses conectores. Com aprimoramento, nos tornamos um instrumento dela para auxílio pessoal e à comunidade. Embora o processo seja individual, têm a participação de muitos, o que acaba por se entender também como uma experiência coletiva. 

Quando se fala de desenvolvimento mediúnico dentro da casa de axé, a convivência com os irmãos de santo, a hierarquia, pessoas com criações totalmente diferentes da nossa, também fazem parte dele. Esse cenário nos ajuda na nossa construção como pessoa, trazendo valores como cumplicidade, respeito, caridade, carinho e acaba por fortalecer relações e propósitos. Porém muitas vezes ele é resumido a incorporação, quando essa é somente uma das ferramentas, somente um dos conectores citados para que tenhamos acesso e cultuemos nossos ancestrais. 



A conexão com o divino e os antigos através da incorporação, tende a ser produzida em um estado de consciência alterada, de transe, ou qualquer outra definição de estado mental que implique certa inconsciência por parte do médium. Por ser a mais visual, involuntariamente ou não, a usamos como referência e parâmetro para qualificar um bom ou mal desenvolvimento mediúnico, o que acaba por vezes confundindo a nós e ao outro. Esquecemos que caráter, atitudes, falas e pensamentos, elevam ou abaixam nossa vibração. Que é na raiz, no nosso íntimo, que a mudança começa e se perpetua pelo além tempo, onde o desenvolvimento eterno se dá. É necessário relembrarmos do básico para que tenhamos firmeza e coerência na progressão do restante.




A vivência e experiência da mediunidade é individual, já que engloba aspectos e condutas especificamente para com o médium, mas ela é considerada elemento de uma religião coletivista, a família de axé. E é a experiência particular de cada um que a torna, de fato, algo concreto, não apenas como ritual ou manifestação do sagrado. Atua como experiência identitária que atravessa e constitui esses médiuns em seus ciclos vitais, no físico, social, moral e espiritual.



Saravá as forças ancestrais. 

Laura de LogunEdé