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terça-feira, 11 de novembro de 2025

Memória ruim e ingratidão

 Memória ruim e ingratidão

É comum que nas casas religiosas em geral, com o passar do tempo, possam surgir atritos com membros antigos, que já acostumados de como as coisas eram, acabam não concordando com algumas mudanças. É um desgaste natural de todo “relacionamento”.  Aprendemos com os guias que todo casamento ou amizade, só dura quando as partes estão em constante reinvenção e adaptação com as mudanças do outro. Da mesma maneira isso ocorre no trabalho, nas casas religiosas e em vários outros caminhos da vida. 
O que era bom no início, se transforma em implicância, onde qualquer coisa que ocorra fora daquilo que gostaríamos vira motivo para fortes brigas, sabotagens, críticas maldosas e má vontade. E com essa postura nos fechamos para tudo de bom que poderíamos absorver, só enxergando o lado ruim das coisas, enxergando sempre um copo meio vazio.
Isso não quer dizer que se um relacionamento, jornada religiosa, emprego ou outro objetivo acabar, que a pessoa esteja errada. Muitas vezes o papel daquela fase já se cumpriu e por isso o melhor caminho é se desvincular. No entanto, não devemos esperar a implicância ficar tanta que sintamos uma certa “repulsão” da pessoa ou local, de forma que nos tornamos incapazes de reconhecer o que o outro tem de bom.
É importante identificar a raiz da implicância, pois no hermetismo aprendemos que aquilo que nos incomoda é porque de certa forma ressoa em nós. E na maioria das vezes nós mesmos é que nos sabotamos. Voltando ao exemplo da casa religiosa, muitas vezes essa implicância se dá por memória fraca e ingratidão. A pessoa muitas vezes entra e transforma a própria vida para melhor, com seus próprios méritos, é claro, mas depois de um tempo não consegue mais ouvir com a devida atenção os conselhos dos sacerdotes, guias ou estudos. E se ouve, não consegue aplicar em sua vida, pois já frequenta sua religião por frequentar, por obrigação, é como se ele só acreditasse naquilo dentro do templo, fora dele leva uma vida totalmente alheia ao que é ensinado na religião. E o pior se frustra quando não alcança os objetivos pretendidos e diz “venho sempre aqui e não está me ajudando em nada”, nunca devemos esquecer que quem nos ajuda somos nós mesmos. A transformação se dá de dentro para fora e não o contrário.
Axé 
Ricardo de Ogum Matinata



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