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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Formação dos Médiuns

 

Formação dos Médiuns

 

Estudaremos o capítulo XVII, “Formação dos Médiuns”, que se encontra na segunda parte do Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. Este capítulo refere-se ao desenvolvimento da mediunidade, mudança de caligrafia e perda e suspensão da mediunidade.

Kardec analisou especialmente o desenvolvimento da mediunidade dos escreventes. Não há como comprovar esta mediunidade de forma categórica, podendo ser desenvolvida por qualquer pessoa, em qualquer fase da vida e circunstância, apenas a experiência poderá confirmar.

A questão da comunicação do o espírito é fluídica e nem sempre será possível de forma rápida, mesmo porque o médium aos poucos vai adquirindo aptidão necessária para essa comunicação com seu desenvolvimento. Ainda assim o médium pode encontrar outros obstáculos, pois o espírito com quem o médium deseja comunicar-se pode não estar em condições propícias ou, apesar de presente, pode não ter a permissão para se comunicar. Portanto, o médium   iniciante deve estar aberto à comunicação espiritual de forma geral, sem se referir a algum espírito de forma específica, e, especialmente, dirigir-se ao seu anjo guardião.

Inexistem fórmulas específicas para a comunicação com o Espírito, mas deve sempre ser feita em nome de Deus. Kardec ensina exemplificativamente que se faça o pedido: “Rogo a Deus Todo Poderoso que permita venha um bom Espírito comunicar-se comigo e faze-me escrever; peço também ao meu Anjo de Guarda se digne de me assistir e de afastar os maus Espíritos”. Após o pedido, se espera a comunicação do Espírito, que pode ser o que se deseja, ou outro, além de que poderá ser o próprio Anjo da Guarda, que se identificará escrevendo o nome.

Poderá o médium chamar determinado espírito conhecido, mas sua súplica deverá ser direcionada (Exemplo: “Em nome de Deus Todo Poderoso peço que… espírito se comunique comigo”). Inicialmente, deve-se fazer perguntas que possam ser respondidas por “sim” ou “não”. Posteriormente, com o tempo e experiência, tudo vai ficando mais costumeiro e serão dispensadas tais perguntas, mas é essencial que haja perguntas respeitosas, sem cunho de interesse pessoal, e expresse sentimento de benevolência e simpatia para com o espírito.



É de suma importância o médium manter calma e recolhimento, além de uma vontade séria, perseverante, contínua e paciente, renovando todos os dias a tentativa de 10 a 15 minutos diários de cada vez, durante o tempo necessário (quinze dias, um, dois ou mais meses, se necessário). Tudo dependerá do médium, já que alguns demoraram até seis meses para desenvolverem essa mediunidade, e outros escreveram corretamente já na primeira vez, não há regra para a espiritualidade.

Deve-se ter todo o cuidado e sempre estar precedido da teoria para o desenvolvimento da mediunidade escrita ou qualquer outra. A comunicação com os Espíritos deve ser cautelosa e o médium deve-se ter fé sincera, sob a proteção Divina e solicitar a assistência do seu anjo da guarda, pois os espíritos que se proporão a comunicar-se poderão ser de boas e más qualidades.

Sempre deve observar e ser cuidadoso com a manifestação dos primeiros Espíritos que se comunicarem, desconfiando e dirigindo apelo ao Anjo da Guarda para repelir os maus Espíritos, pois estes poderão enganar os médiuns, especialmente os iniciantes, não devendo cair na dependência dos maus Espíritos, especialmente por espontânea vontade.

É comum nos médiuns escreventes a mudança de caligrafia de acordo com o Espírito comunicante, o que ocorre comumente no caso de médiuns mecânicos e semi mecânicos, já que estes são involuntários no movimento da mão. Para os demais médiuns não ocorre essa mudança de caligrafia já que o Espírito atua no pensamento do médium e a mão redige de acordo com a vontade do médium.

A perda e a suspensão da mediunidade podem ocorrer por algum motivo e os Espíritos explicaram:

- É possível perderem a mediunidade, mas também poderá ocorrer apenas a interrupção passageira da mediunidade. Essa perda/interrupção poderá ocorrer porque o bom Espírito não quer mais ou não pode mais servir-se do médium;

- Tal pode ocorrer quando o médium faz mal uso de sua faculdade mediúnica, ou seja, se serve de sua faculdade por interesses mesquinhos, ambiciosos, não transmite corretamente as mensagens/fatos aos encarnados ou tem necessidade de ver para crer. Esse dom Divino tem a finalidade da melhora espiritual e para que os homens conheçam a verdade e se o Espírito não mais vê no médium esse propósito, poderá se afastar dele e buscar outro digno de suas visitas;

- A interrupção da faculdade mediúnica também poderá ocorrer por faculdade do Espírito para que dê ao médium um descanso material que entende necessário, não permitindo que outros Espíritos o substitua;

- Também tem o objetivo de colocar à prova a paciência e lhes experimentar a perseverança, além de dar tempo ao médium de meditar as instruções recebidas;

- O próprio Espírito poderá instruir ao médium se deve ou não prosseguir na tentativa de escrever, mas apenas para verificar se recobrou ou não a sua faculdade;

- A melhor forma de abreviar essa prova é a resignação e a prece.

- A suspensão ou interrupção da faculdade mediúnica de escrever não acarreta o afastamento dos Espíritos que habitualmente se comunicam, estando o médium rodeados de seus amigos Espíritos, e as comunicações morais não são privadas;

- Quando ocorre a interrupção da mediunidade o médium deve se interrogar sobre sua consciência e sobre o uso de sua mediunidade, qual o bem tem feito para os outros e qual proveito tirou dos conselhos que foram dados;

- Não adianta o médium interrompido de sua faculdade de escrever buscar outro médium para receber comunicações, pois nada receberás já que os Espíritos são livres e não serão obrigados a se comunicar;

- A mediunidade é uma missão outorgada aos médiuns como intérpretes dos Espíritos com os homens e aqueles que manifestam desprezo a esta graça desconhecem o valor desse dom que lhe é concedido;

- Essa missão é concedida àqueles que precisam dela para melhorarem, para ficarem em condições de receber bons ensinamentos e se dela abusa ou aproveita sofrerão as consequências.

- Aqueles que desejam escrever como médium e não conseguem apenas não tem esse dom, mas possuem outros dons dados por Deus.

- Os livros poderão ensinar àqueles que querem receber os ensinamentos, não necessitando dos ensinamentos diretos dos Espíritos ou dos médiuns.

Veja que Kardec explica várias questões referentes ao desenvolvimento do médium e que podemos aplicar a qualquer médium, não somente aos escreventes, com as adaptações pertinentes.

Tais ponderações são aplicáveis na Umbanda, tratando-se de desenvolvimento do médium e da liberdade dos Espíritos que se comunicam para a prática do Amor e Caridade.

O Médium deve ser íntegro, procurando fazer o bem e sempre praticar o que foi anunciado: AMOR E CARIDADE. Os Espíritos vêm nos ajudar pra que possamos ajudar o próximo, nos amando e amando o outro, sendo verdadeiros conosco e com o outro. A Verdade é o que eles vêm trazer e é o que temos que aprender.

Sejamos verdadeiros médiuns como instrumentos de Amor e Caridade.

Umbanda: manifestação dos Espíritos para a prática do Amor e Caridade.

Axé e muita Luz para todos e para nossos irmãos Espíritos.

 

Girlei de Iemanjá.

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