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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Médiuns

 

Médiuns

 

Hoje daremos sequência ao estudo da obra “O Livro dos Médiuns”, abordaremos, mais especificamente, o capítulo XIV da parte segunda- “Médiuns”.

O capítulo citado acima, tem por objetivo descrever os principais tipos de médiuns, dentre os diversos existentes. Kardec deixa claro que todos que sentem de alguma forma o mundo espiritual são médiuns, não sendo tal faculdade um privilégio ou dom, o que varia é o grau e a maneira com que essa mediunidade irá se manifestar.

Os médiuns de efeitos físicos são aqueles que possuem maior facilidade em produzir efeitos materiais, como por exemplo batidas ou movimentações de móveis. Podem ser separados em facultativos ou involuntários. Os facultativos possuem certo grau de controle e consciência, sendo capazes de produzir os efeitos por sua própria vontade. Já os involuntários (chamados também de naturais) não possuem tal controle, estando sujeitos aos acontecimentos de maneira desregrada. Neste ponto é feito uma observação a respeito das pessoas que possuem algum tipo de eletricidade natural, porém nesses casos não há efeitos e relação espiritual, apenas “elétricos”.

Médiuns sensitivos ou impressionáveis, consiste em uma característica mais geral do que específica. Através desse tipo de mecanismo o médium é capaz de sentir a presença do plano espiritual, muitas vezes através de uma impressão ou sensações no corpo. Essa mediunidade se desenvolve pela constância, sendo possível a percepção da individualidade do espírito.

Médiuns audientes possuem capacidade de ouvir as vozes dos espíritos, esse processo pode ocorrer através de uma voz externa e claramente audível, ou as vezes como uma forma de pensamento íntimo, uma “voz da consciência”.

Nos Médiuns falantes os espíritos irão atuar sobre os órgãos da fala (similar à maneira em que acontece com as mãos dos médiuns escreventes). Geralmente não possuem a consciência do que dizem e, muitas vezes, dizem coisas que estão fora de seus conhecimentos e além da    inteligência.


Médiuns videntes possuem a capacidade de visualizar os espíritos. Alguns visualizam apenas espíritos evocados, já em outros a faculdade é mais geral, sendo possível a visualização de toda comunidade desencarnada do ambiente. Além disso, para alguns essa manifestação pode ocorrer normalmente enquanto estão acordados e em outros apenas em estado sonambúlico. O ato de visão nesses casos não ocorre com os olhos, mas sim com a alma. Deve se desenvolver de maneira natural, para evitar que espíritos pouco elevados se aproveitem da situação ou que o médium se deixe levar pela imaginação.

Os chamados Médiuns sonambúlicos, são aqueles que possuem a capacidade de vivenciar o plano espiritual. Por algum período de tempo é possível que sua alma não esteja com influência tão grande da densidade do corpo carnal (lembrando que a alma e o corpo físico continuarão sempre ligados pelo cordão de prata, essa ligação é rompida apenas no momento do desencarne) durante o processo o médium pode ter contato com os guias e mentores que o acompanham, em certos casos consegue visualizar com perfeição os espíritos, da forma como um médium vidente o faria. A cautela e evolução moral deveram sempre acompanhar o médium, pois é possível que espíritos levianos se apresentem. Em estado de sonambulismo as comunicações com os espíritos se dão de maneira mais fácil.

Médiuns curadores conseguem curar pelo simples toque, gesto ou olhar. Nesses casos a manipulação do fluído magnético exerce um grande papel, no entanto, o médium que realiza a cura muitas vezes não sabe como o faz, não tendo conhecimento a respeito de magnetização. A prece está muitas vezes envolvida no processo de cura, tendo um papel de evocação. Mesmo que o encarnado não tenha conhecimento a respeito do plano espiritual, ou não acredite em sua existência, o processo de cura poderá ser realizado caso a intenção seja o bem, a maldade também está sujeita a essas leis, motivo pela nossa vigília deve ser constante.

Os Médiuns pneumatógrafos fazem uso da escrita direta como forma de se comunicar com o plano espiritual, lembrando que tal processo não é possível a todos os médiuns escreventes. Esses médiuns colocam uma folha de papel dobrada em uma gaveta (ou outro local a ser indicado) e se recolhem em prece e oração, após certo período a folha se apresentará escrita.

Na Umbanda vemos todos os encarnados como médiuns, como ferramentas intermediárias na comunicação entre os planos, e todos possuem todos os tipos de mediunidade em maior ou menor grau, a depender da necessidade de evolução da pessoa. O que acontece comumente é que um tipo de mediunidade se sobressai às demais, sendo mais desenvolvida.

A mediunidade mais vista nos terreiros de Umbanda é a de incorporação, através do acoplamento dos chacras o guia e o aparelho (encarnado) formam uma terceira consciência para auxiliar os consulentes. Seria ineficiente a utilização de alguém com mediunidade de incorporação mais desenvolvida, na curimba (normalmente os curimbeiros possuem mais facilidade em ouvir e sentir o plano espiritual, adequando os pontos ao tipo de trabalho, possuindo papel fundamental na sustentação do terreiro) e vice versa. Os vários tipos de mediunidade se complementam, por isso devemos sempre trabalhar juntos em prol do amor e da caridade.

Axé

Pedro” de Xangô e Larissa de Iansã

Um comentário:

  1. Olá tudo bem, adoro esse blog e amei esse post, eu tenho uma dúvida quanto ao médium de transporte, o que seria, qual seria sua função na umbanda e como desenvolver essa mediunidade.
    Desde já agradeço

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