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terça-feira, 29 de abril de 2025

Linha da evolução na Umbanda Sagrada

 Linha da evolução na Umbanda Sagrada

Nanã ocupa o pólo feminino do Trono da Evolução, absorvendo tudo que há de excesso junto a Obaluaê que irradia evolução. Evolução é mudar todos os dias, crescer, melhorar e subir um degrau de cada vez na escada da vida.

O símbolo de Obaluaê é o Xaxará, um cedro feito de palhas da costa e enfeitado com búzios, que pode varrer todas as mazelas e espíritos negativos dos lugares e das pessoas. Seu sincretismo é com São Roque e a data em que comemoramos é o dia 16 de agosto. Suas cores são o preto e o branco e seu ponto de força é o cruzeiro das almas. Sua saudação é Atotô, que significa silêncio e respeito.

Já o  sincretismo de Nanã é com Santa Ana e o dia em que comemoramos é 26 de julho. Seu ponto de força são águas paradas e sua cor é roxa. Sua saudação é “Saluba Nanã Buruquê" que significa Salve a Mãe das águas pantaneiras.

Ana de Iemanjá


segunda-feira, 28 de abril de 2025

Linha da lei na Umbanda Sagrada

 Linha da lei na Umbanda Sagrada

Lembrando que falamos da lei divina, não a lei de nós, seres humanos. Os orixás regentes dessa linha são Ogum, o irradiador, e Oroiná, também conhecida como Egunitá, a absorvedora.

Ogum é responsável por levar e cobrar a lei, enquanto Oroiná absorve os desequilíbrios relacionados à lei, trazendo, assim, o equilíbrio.

Os símbolos de Ogum são as espadas de Ogum, seu escudo e sua lança seu sincretismo é com São Jorge. Lembrando que o orixá não é o santo com o qual é sincretizado. O dia em que comemoramos Ogum é 23 de abril, e sua cor é o azul escuro. Sua saudação é “Ogunhê” ou “Patacori Ogum”.

Já o elemento de Oroiná é o fogo, seu sincretismo é com Santa Sara Kali e o dia em que comemoramos Oroiná é 24 de maio. Suas cores são vermelho, dourado e, principalmente, laranja. Sua saudação é “Kali yê minha mãe”.

Ana de Iemanjá


quinta-feira, 24 de abril de 2025

Linha da justiça na Umbanda Sagrada

 Linha da justiça na Umbanda Sagrada

Lembrando que essa justiça que falamos aqui não é a justiça do ser humano e sim a justiça de Deus. Os orixás regentes dessa linha são Xangô, o irradiador e Iansã, também conhecida como Oyá, a absorvedora.

Xangô é responsável por levar a justiça, enquanto Iansã absorve os desequilíbrios e dá direcionamento à justiça divina. Trazendo, assim, o equilíbrio. O símbolo de Xangô é machado. E seu ponto de força são as pedreiras. Seu sincretismo é com São Jerônimo. Podendo variar de casa para casa, lembrando que o orixá não é o santo com o qual é sincretizado. O dia em que comemoramos Xangô é 30 de setembro e suas cores são marrom e vermelho. Sua saudação é “Kaô Kabiesilê Xangô”

Os símbolos de Iansã são a espada e o Eruexim (rabo de cavalo), com o qual controla e afasta o espírito pois ela é responsável por encaminhar os espíritos após a morte. E seu ponto de força são as campinas. O dia em que comemoramos Oya é dia 4 de dezembro e suas cores são o vermelho, laranja e amarelo. Sua saudação é “Eparrey Oya” que significa “salve a senhora dos raios”.

Ana de Iemanjá


terça-feira, 22 de abril de 2025

Linha do conhecimento na Umbanda Sagrada

 Linha do conhecimento na Umbanda Sagrada

Os orixás regentes dessa linha são Oxóssi, o irradiador e Obá, a absorvedora. Oxóssi é responsável por levar o conhecimento, enquanto Obá retira o conhecimento daqueles que o têm em excesso, trazendo, assim, o equilíbrio. O símbolo de Oxóssi é Ofá, um arco e flecha, já que Oxóssi é o senhor da caça. Seu sincretismo é com São Sebastião, variando de casa para casa. Lembrando que o orixá não é o santo com o qual é sincretizado. O dia em que comemoramos Oxóssi é 20 de janeiro. Seu ponto de força são as matas. Sua cor é o verde. Sua saudação é “Okê arô, Oxóssi”.

Os símbolos de Obá são a espada e o escudo e seu sincretismo é com Santa Joana D’Ark. O dia em que comemoramos Obá é 30 de maio. Suas cores são magenta e marrom terroso. Sua saudação é “Akiro Obá Yê” que significa eu saúdo o seu conhecimento senhora da terra.

Ana de Iemanjá


segunda-feira, 21 de abril de 2025

Linha do amor na Umbanda Sagrada

Linha do amor na Umbanda Sagrada

Os orixás regentes dessa linha são Oxum, a irradiadora e Oxumarê, o absorvedor. Oxum é responsável por levar o amor, enquanto Oxumarê tira o amor que tem em excesso, pois sempre deve haver o equilíbrio.

O símbolo de Oxum é o Abebé (um tipo de espelho, virado para nós mesmos), para nos lembrar sempre  de olhar para nosso interior, porque todo amor começa de dentro, para amar o outro e tudo ao nosso redor, primeiro devemos nos conhecer e nos amarmos. Seu sincretismo é com Nossa Senhora da Conceição, podendo variar de casa em casa, lembrando que é somente sincretismo, o orixá não é o santo com o qual é sincretizado. O dia em que comemoramos Oxum é 8 de dezembro e seu ponto de força são os rios. Sua cor é o amarelo e dourado e sua saudação é “Ora iê iê” que significa salve a senhora bondosa.

Oxumarê é representado tanto pela cobra quanto pelo arco-íris. Um símbolo muito associado a Oxumarê é o da cobra que morde o próprio rabo, essa associação é feita devido a esse orixá ser a representação dos ciclos, transformações e de tudo o que é novo. Oxumarê é sincretizado com São Bartolomeu. O dia em que comemoramos esse orixá é 24 de agosto. Seu ponto de força é o arco-íris. Sua cores são as 7 cores do arco-íris. Sua saudação é “Arroboboi Oxumare”.

Ana de Iemanjá

 

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Linha da fé na Umbanda Sagrada

Linha da fé na Umbanda Sagrada

Na linha da fé temos dois orixás regentes, Oxalá, o irradiador e Logunam, a absorvedora. Oxalá emana a fé para aqueles que precisam, enquanto Logunam absorve a fé daqueles que a têm em excesso. Eles trabalham juntos trazendo o equilíbrio da fé, pois devemos ter o equilíbrio em tudo em nossa vida.

Oxalá é representado pela cor branca que pode se dividir nas sete cores do arco-íris, simbolizando que Oxalá recebe sua energia diretamente de Deus, fragmentando-a e a repassando a cada um dos demais orixás a energia, representada pela cor, que lhes corresponde.

O sincretismo nasceu da necessidade dos escravos esconderem seus orixás por trás de figuras católicas, já que naquele tempo eles eram castigados se exercessem sua fé abertamente. A partir disso, associaram cada um dos orixás a um santo católico que tivessem mais características em comum. Como Jesus é o grande filho de Deus, um grande mestre que trouxe mensagens de fé, amor e paz, logo, foi associado à Oxalá que também é identificado por esses atributos.

O dia do ano de Oxalá é dia 25 de dezembro, pelo seu sincretismo com Jesus Cristo.Ele tem como seus símbolos a cruz e o Apaxorô  e sua saudação é “Epa Babá”.

Já Logunam é o espaço tempo, a mesma é quem rege o sincronismo do universo. Desta forma, rege o passado, o presente e o futuro, sendo fundamental para a manifestação de tudo na nossa dimensão. O Tempo é a chave do mistério da fé regido por Logunam e Oxalá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. É Logunam quem domina o tempo natural das coisas, do crescimento individual de cada ser e não o tempo cronológico, como muitas pessoas confundem.

É sincretizada com Santa Clara, uma mulher que ficou marcada por sua luta pela expressão da fé. O dia do ano de Logunam é 11 de agosto.  E tem como seu símbolo o espiral e sua saudação é ”Olha o Tempo ”.

Ana de Iemanjá

 

terça-feira, 15 de abril de 2025

Os Orixás: As forças da natureza

 Os Orixás: As forças da natureza

A palavra Orixá é dividida em duas partes, ori: cabeça e xá: iluminação, então orixá significa “cabeça iluminada”. Orixá nada mais é que uma fragmentação da força divina.

Na Umbanda Sagrada, há sete linhas, sendo elas as 7 principais energias de Deus. Sendo elas: Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração. Cada uma dessas linhas possui dois orixás por manipular um determinado tipo de energia. Um deles é responsável  por irradiar/emanar a energia e o outro por absorver a energia, mantendo essa energia em equilíbrio. 

Um deles trará a energia do sagrado masculino e o outro a feminino.  

Ana de Iemanjá


segunda-feira, 14 de abril de 2025

Karma e Dharma

 Karma e Dharma

Karma vem da raiz Q"kr" do sânscrito que significa fazer (ação), funciona como a lei da ação e reação; reação do universo ao que a pessoa faz em suas vidas, define o sentido da causa e efeito. Acreditamos que reencarnamos para aprimorar diante das provas, podemos aprender de modo fácil ou difícil, aí entra o livre arbítrio, é possível aprender sem que seja necessário sofrer.

O Dharma é uma força maior, compreende a verdade do existir. A palavra Dharma tem origem no sânscrito e deriva da raiz Dham, que significa manter ou apoiar. Encontrando o Dharma é possível colher na vida a mais suprema felicidade. Podemos resumi-lo em três conceitos:

: forma correta de viver: caminho espiritual para paz interior, em harmonia com as leis cósmicas, os outros e consigo mesmo;

: força que rege a existência (essência verdadeira ou a própria verdade);

: duas leis do universo: ordem social e leis morais (envolve tudo que fazemos, desde a forma como nosso coração bate, a como vivemos).

É a vida vivida em harmonia com a lei, o caminho da justiça, a maneira correta de agir, o comportamento adequado, o papel da pessoa na sociedade, os comportamentos para manter a ordem e o propósito de cada pessoa.

O Karma é uma lei do Dharma: basicamente a lei da ação e reação. As ações e posturas de todas as vidas de um ser trazem consequências ao decorrer de todas as reencarnações. É a lei que ajusta o efeito à sua causa. Conhecida em várias religiões como "justiça celestial", enquanto o Dharma é o sustento da verdade. Pensar em Karma não significa pensar em fatalidade, pois através do livre arbítrio podemos modificar esse impacto, moldando a vida para construir a existência do indivíduo. 

Pode-se dizer que ao procurar pelo Dharma,  permite-se também amenizar os efeitos do Karma.  Para se beneficiar com o Dharma é necessário seguir seu curso natural, sabendo que não pode modificá-lo, mas que é capaz de segui-lo. Viver o Dharma significa conhecer a si mesmo e agir de acordo com esse conhecimento. encontrar seu Dharma é estabelecer harmonia na vida e agregar autoconhecimento. Devemos lembrar também que o Karma não é uma vingança do universo, é consequência de nossas ações, tudo que sai de você, volta pra você

Alice de Xangô


quinta-feira, 10 de abril de 2025

Ibejis e Erês

 Ibejis e Erês

Ibeji, etimologicamente falando, é a junção dos termos e Iorubás ibi (Nascimento) e eji (dois): nasceram dois, gêmeos. Ibeji é energia divina que representa a primeira fase da vida, o início, a infância, a pureza e a inocência. Esse orixá é sincretizado pela figura dos irmãos gêmeos, aos santos católicos Cosme e Damião, santos protetores dos médicos farmacêuticos e crianças. É comum que se veja também a referência Doum, que às vezes aparece ao lado de Cosme Damião, sendo a criança que nasce após os gêmeos. Por serem gêmeos são associados à dualidade, contradição, todas as coisas têm dois lados e a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas. Ligados a todos que se inicia: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos etc.

O dia de comemoração é 27 de setembro (dia de Cosme Damião), suas cores são rosa e azul; as bebidas são guaraná, suco, água com mel; as comidas são Cararu, bolos, doces, balas, pirulitos e frutas; o ponto de força são jardins, matas, praias, cachoeiras. Sua saudação é Onibeijada.

Erês são falantes de espírito regida pelo Orixá Ibeji, a palavra erê vem do Yorubá iré, que significa "brincadeira, divertimento". Há casas que acreditam que Erês são seres encantados, que nunca vieram ao plano material, outras acreditam que são espíritos que desencarnaram ainda crianças e ainda as que acreditam que são apenas um arquétipo, assim como nem todo preto velho foi um negro idoso ou todo caboclo foi índio. Erês são seres de luz que praticam amor e caridade, são protetores das crianças e animais. Eles brincam, pulam, cantam, dançam, correm,etc..., mas isso tem um motivo, eles o fazem para auxiliar a quem precisa, retirando de nós todas as armaduras que criamos, alcançando nosso íntimo e trabalhando em nossas mágoas e bloqueios interiores, retiram angústias, tristezas e pensamentos negativos, despertando a alegria e doçura que existe em cada um. agem assim também para descarregar o ambiente e o médium.

Essas entidades de luz usam como instrumentos de trabalho ervas para tratamento de saúde, balas, sucos, refrigerantes, brinquedos, entre outros, utilizando a energia desses elementos juntamente com a fé da  pessoa para realizar os trabalhos. Essa linha representa a manifestação do amor do nosso Criador por todos. Que possamos nos lembrar que por detrás daquele arquétipo de criança existe um ser de extrema luz e imensa sabedoria, que nos ama a cada sorriso que dá. 

Onibeijada

Alice de Xangô


terça-feira, 8 de abril de 2025

Boiadeiros

 Boiadeiros

A linha de Boiadeiros se manifestou pela primeira vez numa gira de caboclos onde estava presente no terreiro um Caboclo Boiadeiro.

No nosso terreiro a linha de boiadeiro é sustentada por Iansã, senhora dos ventos, que auxilia a guiar as boiadas; os boiadeiros também tem a tarefa de conduzir eguns (espíritos que ainda não encontraram a luz) onde não poderão fazer mal e terão oportunidade de crescimento. Seus trabalhos são geralmente para dispersar energias deletérias, promovendo descarrego; assim como Exu e Pombagira são protetores dos médiuns, cuidam também da disciplina dentro do terreiro, realizam cura espiritual, desfazer feitiços, dispersam ou juntam energias necessárias para os trabalhos.

O arquétipo do boiadeiro é belo, trazendo a simplicidade do homem e da mulher do campo, a lealdade e a força de vontade de domar o que precisa. A lealdade do boiadeiro se traduz no fato de que este, quando percebe que um boi está perdido ou atolado, toca seu berrante para que o boi o encontre, se isso não acontece, ele coloca a boiada em segurança e volta para buscar o boi.

Quando esses guias chegam no terreiro, descem aboiando o gado, conduzindo como carreiros ou empunhando laços e chicotes, podem chegar simulando o movimento dos do peão sobre o cavalo ou domando boi ou cavalo, agitam os braços. Ao mesmo tempo que são cheios de atitude, também são pacientes, pois se for preciso eles desaceleram o ritmo para conduzir a boiada.

O ponto de força é a campina, onde são feitas as oferendas, que podem ser frutas (banana, mamão, laranja, goiaba, caju, jaca, entre outras), as bebidas são café, suco, conhaque, cachaça e garrafadas (que também podem ser utilizados para trabalhos, assim como o fumo). Seus instrumentos normalmente são chapéu e laço, chicote, berrante, pedra, semente olho de boi, cigarro de palha ou charuto e cachaça com mel ou café.

Em comemoração à linha de Boiadeiro faz-se as comidas dos viajantes como feijão tropeiro, arroz de carreteiro e farinha. A saudação é Getruá Boiadeiro, Xetro marrumbaxetro, salve a boiada. A cor é azul  escuro e amarelo ou marrom e roxo, geralmente associada ao Orixá rege.

Alice de Xangô


segunda-feira, 7 de abril de 2025

Amor próprio

 Amor próprio

Amor próprio é um apreço nutrido por si mesmo. É a aceitação das qualidades, defeitos, conquistas, fracassos, escolhas e experiências de vida. Falar de amor próprio parece muito clichê, mas trago perguntas simples: você se ama verdadeiramente? Consegue ver seus defeitos e aceitá-los em sua imperfeição? Não é tão simples quanto gostaríamos, não é mesmo?

O amor próprio diz respeito ao autocuidado referente ao nosso corpo, mente e alma. Ele independe da aparência ou situação financeira. Uma das tarefas mais difíceis da humanidade é cultivar o amor próprio, isso é notado frequentemente em nosso terreiro. Quem nunca teve uma conversa com um guia sobre esse tema? Creio que todos em algum momento já passamos por isso, ou ainda está passando, tentando encontrar em si esse amor e entender como aceitá-lo sem tanta  cobrança. Esse vício é alimentado pela falta de autoestima que pode decorrer de uma criação rígida, traumas, transtornos mentais, medo de se relacionar, insatisfação, dentre outros fatores emocionais que se relacionam ao amor próprio. Como ter uma boa autoestima, estabelecer relacionamento se você não se ama? Fui questionada várias vezes sobre isso, como querer amar alguém se não me amo, como acreditar na felicidade se a insegurança e falta de confiança em mim prevalece?

Para mudar isso é necessário passar por uma extraordinária transformação pessoal. É preciso escolher desenvolver amor próprio e persistir mesmo quando descobrir um defeito ou falha, porque temos que lembrar que ninguém é perfeito e todo mundo erra. Devemos lembrar que amor próprio é o pilar da autoestima, autoconfiança e autoconhecimento, sem ele não conseguimos nos desenvolver física e espiritualmente. Temos tanto zelo com pessoas queridas em nossa vida (parceiro (a), pais, filhos, irmãos, amigos), ajudamos a realizar seus sonhos, elogiamos, abraçamos os momentos difíceis e o mesmo não acontece com nós mesmos, pelo contrário, o descaso com nossos sentimentos é maior, ignorando sinais de esgotamento, nossos desejos e sonhos. Temos que colocar em nossa mente que só conseguiremos ser bons para os outros quando somos, em primeiro lugar, com nós mesmos. 

O amor atrai relacionamentos sadios, oportunidades, vitórias, autoconhecimento, crescimento espiritual e muito mais. Podemos iniciar a jornada do amor próprio a qualquer momento, basta querer e aceitar que o caminho pode ser longo, quando se tem mania de autocrítica é ainda mais trabalhoso, mas não impossível. Mas vamos tentar melhorar a cada dia? Como?  Alguns detalhes podem ajudar:

  • Coloque-se em primeiro lugar: pessoas que fazem somente o que os outros querem ficam doentes, podem ter depressão, esgotamento mental ou ansiedade, pois não se permitem desfrutar de pequenos prazeres, portanto suas necessidades e desejos devem ser prioridade, todos precisam ter períodos de relaxamento, fazer algo em benefício próprio, aprender a dizer não para prevenir sobrecarga de emoções e cansaço físico, correr atrás de seus objetivos com ou sem torcida;

  • Conhecer seus limites: você pode ajudar as pessoas, claro, mas não se prejudicar em prol dos outros. Estabeleça limites que te mostram quando uma ocasião é benéfica para você, ligeiramente desgastante, mas não suportável, ou fora de cogitação. Ou seja, ensine as pessoas a como trata-lo. Lembrando que seus limites são diferentes dos outros, às vezes nos incomodamos com algo que é normal para o outro, mas não devemos nos comparar, cada um sabe o que é melhor para si;

  • Perdoe seus erros: todos nós erramos, porque não somos criaturas perfeitas, encarnamos para poder aprender e melhorar, devemos aprender que erros são benéficos, nos ajudam a modificar comportamentos e impulsionar o crescimento pessoal. Perdoe suas falhas. E quando errar, peça perdão, assumir essa responsabilidade nos permite melhorar quando uma segunda chance nos é dada;

  • Encontre um propósito: algo que faça seu coração palpitar, que te deixe alegre, que te motive a sair da cama todos os dias;

  • Aceite que você é único: não se compare, sua história é única e não deve se assemelhar a do seu próximo. Cada um tem uma história pessoal e uma bagagem própria, aceite que és especial do jeito que és. 

No terreiro é muito comum nos comparar com o irmão, que fulano se desenvolveu primeiro que eu, que ciclano tem mais facilidade nos estudos, mas cada um é especial na sua individualidade e o desenvolvimento acontece de acordo com o que cada um necessita e busca. Caminhe com seus próprios pés, faça uso de suas competências e qualidades, se necessitar de apoio busque ajuda na terapia, nos estudos e, principalmente na espiritualidade. 

O caboclo Sete Flechas me disse uma vez que questionei sobre merece estar onde estou, ele me respondeu: se eu achasse que você não deveria estar aqui você não estaria, isso me fez repensar minha atitude com relação a mim mesma. Em outra ocasião, ele me disse: "Só é possível amar ao próximo depois de se amar. A base do amor encontra-se na liberdade, o amor só é verdadeiro quando entende a liberdade, o amor acrescenta, a paixão acaba destruindo." Portanto faça por onde e busque autoconhecimento e auto amor, para que a vida fique mais leve e para que possamos amar verdadeiramente o outro sem que isso custe a nós mesmos.

Alice de Xangô


quinta-feira, 3 de abril de 2025

Congá

 Congá

Congá é o altar sagrado dentro de um terreiro de umbanda. É um lugar consagrado, o maior ponto de força e firmeza dentro do terreiro, responsável pela recepção e irradiação de energia. Nele estão presentes as imagens de orixás, de guias como caboclo, preto velho, malandro, também velas, flores e outros objetos conforme a necessidade e o fundamento da casa. Alguns terreiros tem imagens de santos católicos em seu congá devido ao forte sincretismo e tem influência do catolicismo. 

Os congás geralmente variam de casa para casa devido à influência direta da coroa do Pai ou Mãe de Santo, do fundamento e necessidade do terreiro. Todos os objetos ali presentes são consagrados e cobertos de energia positiva vinda dos orixás e dos guias ali representados. O congá recebe a energia de Deus, emana essa energia para o terreiro pra ser utilizada pelos guias, médiuns e consulentes, ele também tem função de atrair para si pensamentos ali presentes, reduz miasmas e cargas negativas e condensa essas energias.

Devemos saber que o Congá é diferente de altar (que temos em casa), pois o congá tem firmezas e assentamentos que faz com que ele movimente energias maiores que de um altar comum. Lembremos de saudar o congá no início da gira e caso queira, durante ou ao fim da mesma, em sinal de respeito e para que possamos elevar nossas vibrações através das energias ali concentradas.


Alice de Xangô


terça-feira, 1 de abril de 2025

Tronqueira

 Tronqueira

A tronqueira é um ponto de força muito importante no terreiro, onde se está firmada a força dos orixás de esquerda e dos guias que trabalham no terreiro, é onde são feitas as oferendas pra Exus, Pombogiras, Exu Mirim e Pombogira Mirim. A função da tronqueira no terreiro é receber energia negativa e a utilizada nos trabalhos, transformá-las e devolvê-las para a espiritualidade. Funciona como uma espécie de pára-raios, pois manipulam as energias mais densas, evitando que elas entrem na casa e prejudiquem o andar dos trabalhos.

Dentro de um terreiro a tronqueira tem como objetivo proteger o espaço e as pessoas ali presentes. É um ponto de força firmado no terreiro, onde a energia emanada é utilizada pelos guias de esquerda em seus travesseiros de limpeza e proteção da casa, além de ser fonte que alimenta um campo energético no mundo espiritual, numa grande área em torno do terreiro. Ela serve como redenção, criando um portal para que espíritos negativos que acompanham consulentes ou que são capturados em ataques espirituais que a casa sofre, sejam levados à espiritualidade, retendo esses espíritos durante os trabalhos para posteriormente serem socorridos, esclarecidos e encaminhados.

Por esses motivos o espaço da tronqueira é sagrado e permanece trancado, sendo permitida a entrada apenas de pessoas autorizadas. Geralmente fica de frente ao congá e devemos lembrar que ambos trabalham juntos, gerando equilíbrio e segurança dentro do terreiro. Lembre da saudar a tronqueira ao chegar na casa, pedindo licença aos guardiões do lugar para iniciar os trabalhos e após a gira para que as energias absorvidas sejam drenadas e emanadas da maneira correta.

Alice de Xangô