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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Levantar o ânimo

 Levantar o ânimo

Convido vocês para refletir um pouco sobre um tema que a maioria de nós achamos ter o controle suficiente e total, que é conseguir a qualquer momento levantar o ânimo diante de determinadas situações colocadas em nosso caminho.

Tudo se baseia em vários pensamentos que surgem em nosso subconsciente, um deles é a aceitação daquilo que não podemos mudar. A partir do momento que temos o discernimento que não podemos controlar a maré do mar, mas podemos sim compreender sua calmaria diante de uma noite calma e serena de uma lua que transcende a força contrária da lua cheia. Compreender o calor do sol em um dia de trabalho quando vamos em busca do nosso pão de cada dia, mesmo quando nosso corpo físico não corresponde aquela tão importante necessidade de iniciar o dia com pé direito. Apagar o fogo em um canavial quando o vento é mais forte que a vontade de trazer somente o ar para as canas que estão em chamas. É nesses momentos que devemos olhar para dentro de cada um de nós e perceber a nossa importância no universo e dignificar de todos os momentos oferecidos para vivermos com harmonia e equilíbrio.

A harmonia e o equilíbrio transcendem além dos nossos olhos, dos nossos pensamentos e do nosso coração. A humildade prevalece a frente de tudo e de todos, devendo ser baseada em todas as ações que são tomadas, seja ao falar com alguém, dar uma resposta, dar uma opinião, tomar uma decisão precipitada e por aí vai. Devemos sempre procurar buscar a se equilibrar internamente para que possamos manter o nosso ânimo sempre em alto nível para seguirmos de forma sempre positiva na nossa caminhada. 

Que saibamos acreditar sempre em cada um de nós, e que nos momentos de desânimo possamos sempre confiar no propósito positivo que está ligado diretamente àquela situação de aprendizado, e jamais se vitimizar pensando que jamais será capaz de virar a chave para o positivo. Que a força de cada Orixá esteja no comando de nossas percepções para tomarmos sempre a decisão correta diante dos momentos de dúvida e desânimo. 

Axé.


Renato de Ogum Sete Espadas.


terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Numerologia

 Numerologia

Quando falamos em numerologia, no estudo esotérico dos números, a Cabala sempre vem em nossas cabeças. Devemos lembrar que o significado pode variar de acordo com a base de estudos (cabala esotérica, hermética, pitagórica, cristã...). Neste breve texto, irei trazer o meu entendimento sobre os números, sendo que as informações aqui contidas não são verdades absolutas, e não devem ser ligadas a uma doutrina específica.

O zero é o espaço, é o local para que tudo possa ser criado, podendo ser comparado com o infinito, o todo espacial. Já o número um é o princípio, ele é a vontade da criação, o ponto de partida, junto com o zero, formam o circuito. Mas o número um sozinho é incompleto em sua própria certeza, gerando a vontade da evolução, gerando o dois. 

O dois representa as dualidades, o bem e o mal, preto e branco, masculino e feminino. Porém, as dualidades devem ser ultrapassadas uma vez que o mundo não é fixo, nem tudo escuro o tempo todo, ou claro o tempo todo, com o entendimento do fluxo e da polaridade chegamos ao número três. Na união do número um com o dois, temos o três, que é a vontade vencendo a dúvida, é certeza. Representa todas as tríades da humanidade (pai, filho, espírito santo; criança, adulto, ancião; céu terra, inferno...). O triângulo equilátero apontando para cima, sempre para o divino sempre para a certeza. Representa um ponto de vista acima da situação, a visão do mundo pela terceira pessoa.

O número quatro representado por um quadrado, ou como uma cruz com lados iguais dentro de um círculo, neste caso representa os quatro elementos da natureza, a estabilidade material, o plano material, norte, sul, leste e oeste. Alguns associam ao “Louco” que fica perdido nos caminhos materiais, nestas horas precisamos lembrar da essência que nos trouxe até aqui, e ver o quatro não como dois e dois, mas sim como três e um, trazendo novamente a vontade, a certeza, e avançando para o cinco.

A estrela de cinco pontas, o ser humano com braços e pernas estendidos e a cabeça erguida, neste ponto temos o entendimento do éter, do quinto elemento, representando a vitória do homem sob a matéria. Se dividirmos a estrela de cinco pontas em seu eixo longitudinal, teremos duas pontas para baixo, representando a dualidade da matéria, e três para cima, novamente a vitória, remetendo sempre ao alto. 

Número seis. Neste ponto temos a consciência plena de nossa vontade, dos planos divinos e nossa existência, das forças da natureza e das forças mentais, a duplicidade da certeza, a completude. A estrela de seis pontas que nos lembra que “aquilo que está em cima, é como o que está embaixo”. A certeza da atuação do divino em nossa vida. 

Passamos ao número sete, sete dias, sete luas, sete cores, sete mares, sete notas musicais, sete linhas. O sete representa um caminho diferente do um, diferente do princípio  através do qual iremos conhecer todo o poder da criação de deus passando pelos setenários sagrados de criação, através de todas as experiências. Chegamos ao número oito, dois zeros em planos diferentes, é a ponte entre os mundos, a força do equilíbrio que se movimenta de maneira constante assim como o Ouroboros ou Oxumarê, fazendo a distribuição das energias.

Enfim, o número nove é a contemplação, a perfeição três vezes, se tornando a perfeição infinita que se multiplica de forma exponencial, a Luz divina de nosso grande arquiteto.

Pedro Maciel .’. de Xangô



segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

 Jó

Quantas vezes nos desesperamos, nos sentimos sozinhos e desamparados. A rotina do trabalho e redes sociais se misturam cada vez mais com o mundo real, estimulando cada vez mais a comparação com a falsa sensação de que nossa felicidade depende de bens, de conquistas. 

Mas muitas vezes essas comparações são realizadas sem fundamento, e geram dor e angústia também infundadas, muitas vezes não vemos o quanto de positivo possuímos em nossas vidas, pois estamos muito preocupados em ter o que o outro tem na vida dele. Tal situação nos faz esquecer o principal, a força da Fé e a força de Deus sobre nós e junto de nós. 

Devemos nos lembrar que sempre temos a presença do criador em nossas vidas, e que “Deus é bom o tempo todo, o tempo todo Deus é bom” sendo assim o criador não faria algo pudesse nos causar dor e sofrimento ou que seria insuportável. 

Meditando sobre este tema, me veio a história de Jó, personagem bíblico. Jó era muito feliz com sua família, com seu rebanho, possuindo terras e posses e sempre com muita fé no Senhor. Satanás disse a Deus que Jó só era fiel, pois tinha uma vida muito boa. Neste ponto cabe um parêntese, a Umbanda não acredita em Diabo ou Satanás sendo este personagem uma criação católica, as religiões de matriz africana antecedem a Bíblia, na visão espiritualista o “Diabo” é visto como um provocador, aquele que te tira de seu equilíbrio, de sua zona de conforto, na maioria das vezes para nos mostrar a verdadeira força que temos, quantas vezes hoje, você culpou “satanás” por algo que deu errado e que você mesmo conseguiu resolver, vencendo o próprio satanás? Voltemos... Deus então permite que o Diabo provoque Jó, lançando sobre ele e sua família diversas desventuras, perdas e mortes.

Jó continua sempre firme e com fé inquebrantável, tendo a certeza de que se as dificuldades estão em seu caminho, foram colocadas ali pelo Senhor, como forma de fortalecê-lo ainda mais. Quando todos achavam que Jó negaria Deus, ele se fez mais forte, superando os desafios com fé e resiliência. 

Sempre é mais confortável ficarmos estagnados, crescer é doloroso exige força de vontade, pois aquele que deseja se tornar melhor sempre encontra algo passível de aperfeiçoamento, seja um pensamento, uma atitude... É sempre fácil agradecer quando estamos de bem com a vida, na maré alta. Mas são nas marés baixas que vemos nossa força e adquirimos mais conhecimento. 

E você? Tem feito isto, tem tido a fé e paciência de Jó?


Pedro Maciel .’. de Xangô


quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Oferendas

 Oferendas

A Umbanda, assim como outras religiões, possui a característica de realizar oferendas. Essas oferendas podem ser feitas como forma de agradecimento, podem ser feitas levando um pedido, para trabalhos específicos... Podem ser feitas para algum Orixá, alguma linha ou para algum guia e trabalho pontual.

Mas o que oferendar? A Umbanda não realiza cortes, sacrifício de animais, por tanto, em oferendas feitas por umbandistas não teremos animais. Os elementos presentes nas oferendas irão variar de acordo com o Orixá, linha, e finalidade da oferenda. Alguns elementos são incompatíveis com certos Orixás, como o dendê para Oxalá e o mel para Oxossi, chamamos estes elementos de “Quizilas”. Sempre que alguma entidade nos recomendar a realização de alguma oferenda, devemos ficar atentos às instruções, uma oferenda nunca será igual a outra, pois os elementos variam também de acordo com o momento e necessidade de quem solicita auxílio.

O ato de oferendar se inicia já na obtenção dos elementos, a fé e concentração, a firmeza para conseguir obter todos os itens, a escolha de uma fruta entre tantas outras, ou flor específica em um jardim, são sagrados e ali tem início o trabalho. O local para realizar, para “despachar” ou “arriar” a oferenda irá variar, podendo ser um campo de força do Orixá ou linha específica com pedreiras, matas e cachoeiras, irá variar também de acordo com a finalidade do trabalho.

Antes de realizar o despacho é importante fazer uma oração ao Orixá Exu, pois ele é o mensageiro, sendo aquele que levará nossa mensagem até seu destino. Podemos colocar a oferenda sob alguidares ou folhas (as mais utilizadas são as de mamona ou bananeira, pois são plantas relacionadas à Exu). 

A umbanda é uma religião que cultua os ancestrais e a natureza, por tanto não devemos deixar para trás nada que possa poluir o local, como copos, velas ou plásticos. Lembre-se que todos os trabalhos devem ser realizados com orientação.


Pedro Maciel .’. de Xangô


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

A Casa Santa

 A Casa Santa

Hoje gostaria de compartilhar um ensinamento transmitido pelo preto velho Pai Guiné, muitos já ouviram a seguinte canção:

“Deus vos salve casa santa
Deus vos salve casa santa
Aonde Deus fez a morada

Aonde Deus fez a morada, ah, ah

Aonde está o cálice bento
Aonde está o cálice bento
E a hóstia consagrada
E a hóstia consagrada”

Pai Guiné certo dia me trouxe um ensinamento sobre estes versos, que para muitos é uma simples canção. Me perguntou o que era a “Casa Santa" que Deus fez a morada, respondi a ele que seria a igreja, o terreiro, ou templo religioso no qual profetizamos nossa fé e ele riu. Me explicou que a Casa Santa somos nós, nosso corpo, mente e espírito, pois somos a imagem e semelhança de nosso criador, ele fez sua morada em nós pois somos a imagem e semelhança de Deus.

Sobre o “Cálice bento", me explicou que é a força da criação, a força feminina que nos cria, onde é coloca do vinho “o sangue de cristo" que nos hidrata e a “hóstia consagrada" seria o corpo de cristo, assim como dito na santa ceia. São o pai, o filho e o espírito santo. A tríade de toda a vida, o pão, o vinho e a fé.

Pai Guiné conversou comigo, me perguntando como eu estava cuidando de minha Casa Santa, se minha morada, pois ali Deus havia feito um lar, e cuidar de mim seria cuidar do que é divino. Me perguntou também como eu cuidava da casa do outro, pois também era uma casa santa de Deus.

Hoje gostaria de estender a pergunta a você? Como você tem cuidado de sua Casa Santa, pois nela Deus fez morada. Muitas vezes buscamos resultados milagrosos e rápidos para situações, mas deixamos de lado nosso autocuidado físico, mental e espiritual. Mais importante do que fazer faxinas em nossa casa, é mantê-la organizada no dia a dia.


Pedro Maciel .’. de Xangô.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O inferno para o Umbandista

  O inferno para o Umbandista

O inferno é uma construção judaico-cristã onde cada ser seria punido por toda eternidade pelos males que cometeu durante a vida, que para o catolicismo se resume em apenas uma. Quando refletimos, conseguimos observar que seria uma grande injustiça ficar o resto da eternidade em uma prisão de fogo sendo punido por erros cometidos em apenas uma existência, que seria um período irrelevante quando comparado à eternidade. 

Os espíritas costumam ter uma visão diferente deste lugar, chamando-o de umbral, que seria um local transitório, onde o ser humano ficaria num processo de decantação de seus males para depois receber uma nova oportunidade para evoluir. Porém, grande parte dos espíritas se libertaram da visão tradicional de inferno, mas ainda carregam ideias que cumprem a mesma função que é amedrontar, fazer que o outro faça o que considera certo para não ser punido depois. 

Muitos espíritas dizem que se a pessoa tem mediunidade é uma obrigação ela se desenvolver e “prestar a caridade” ou sua vida não prosperará. Podemos dizer que esse seria um inferno em vida, uma construção espiritualista para impor sua verdade através do medo. Temos que reconhecer que o caminho que é a “salvação” para um, pode não fazer o mínimo sentido para o outro. Existem muitos caminhos para se aprimorar, cabendo a cada um escolher qual, sem culpa ou ameaças de punições.

Dentro da nossa doutrina de Umbanda cremos que existem locais de alta densidade vibratória, onde acontecem esses sofrimentos para possibilitar uma transformação íntima. Pois os seres passam apenas o período necessário nesse local, até que quando esteja preparada possa ser resgatada para trilhar um novo caminho. É comum também chamarmos esse local de umbral na Umbanda. Não cremos que ele seja regido por um demônio ou diabo. Na visão umbandista o que nos aprisiona antes de qualquer outra coisa é a nossa própria mente. 

Sabemos pelo hermetismo que somos atraídos pelas mesmas energias que vibramos, desta forma quando estamos fora da carne, quando não temos o corpo funcionando como uma âncora, somos imediatamente levados aos locais com alta aglomeração de seres com a mesma vibração. Imagine agora a atmosfera energética que se forma com centenas ou milhares de assassinos. Seria uma atmosfera muito densa e permeada pela culpa e a vontade de autopunição. E o inferno/umbral para nós é justamente isso, um ambiente formado através das formações negativas mentais, sendo que o próprio ser pode através de sua mente criar terrores para se purgar. 

Existem sim também espíritos que cobram dívidas pessoais e que tentam escravizar uns aos outros nesses locais, mas a mentalidade negativa do ser, a vibração negativa e suas atitudes são o que impedem o ser de se livrar desse ambiente. Isso pode ser observado durante os resgates espirituais, ou “puxadas”, onde um ser umbralino é levado a casa espiritualista (ou terreiro) para se manifestar em um médium e ser doutrinado. Muitas vezes os seres chegam queixando-se de dores e de estarem sendo feridos ou queimados, no entanto sabemos que naquele ambiente nada mais está acontecendo a ele, no entanto a mente do ser está tão acostumada com os tormentos que ele continua sentindo mesmo o ambiente agora sendo um hospital espiritual, isso nos revela a natureza mental do umbral e suas manifestações. 

Tenho uma visão que quando fazemos algo que consideramos errado, mesmo que ignoramos, lá no fundo existe um remorso por isso. O umbral seria um local onde colocaríamos todos esses remorsos para fora e teríamos um “tratamento” intenso, até que estejamos aptos a nos auto perdoar.


Axé

Ricardo de Ogum Matinata


sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Dharma – A Vida é como um piscar de olhos

 Dharma – A Vida é como um piscar de olhos

O conceito de Dharma deriva do hinduísmo e de outras religiões orientais e no ocidente é muito mal compreendido. Muitos tem a ideia que o karma seria algo como uma dívida pelas más ações praticadas e que o Dharma seria o contrário disso, ou seja um crédito a ser recebido pelas boas práticas feitas nessa ou em vidas passadas. Na verdade, não é nada disso. 

O karma é uma palavra que significa ação, podendo representar tanto algo positivo quanto negativo a ser vivenciado. Já o Dharma é algo ligado a verdadeira essência do ser, seria nossa missão de vida, aquilo que nascemos para realizar. Sendo que toda vez que realizamos uma ação que nos aproxime do nosso Dharma estaríamos gerando um karma positivo e se realizarmos uma ação que nos afaste de nosso Dharma estaríamos gerando um karma negativo.

O conceito de Dharma é muito fascinante pois pode ser comparado com outras tradições e crenças onde se encontra similaridade. A filosofia de Thelema, do mago Aleister Crowley, por exemplo, tem como um dos seus objetivos principais o encontro da verdadeira vontade dos seres, encontrar o nosso eu crístico, nosso eu solar, que seria a melhor versão de cada um. Em suma essa filosofia nos mostra que quando deixamos que a sociedade da qual devem ser nossas escolhas para sermos bem aceitos, estamos sendo como leões comendo mato. Ou seja, estamos abrindo mão de nossa essência, de nossas vocações para fazer oque faz sentido para o mundo que se curva ao dinheiro. Encontrar a verdadeira vontade seria alcançar a sephirot Tipheret da Kabbalah.

Podemos observar o Dharma também como um dos focos de atuação das entidades Pombo-Giras, que representam o sagrado feminino mas que atuam e despertam nossos desejos mais profundos, que também são algo muito próximos da verdadeira vontade ou do Dharma É interessante como todas as fés, religiões, culturas e etnias desenvolvem meios, cultos e teorias com as mesmas funções.

Estamos seguindo nosso Dharma ou estamos renunciando a nosso sagrado interior para seguir um caminho que não é o nosso? Muitas entidades nos dizem que “a vida passa rápido como um piscar de olhos” e à medida que envelhecemos vamos vendo mais e mais como isso é uma verdade. E é por isso que devemos sempre nos avaliar, traçar novos objetivos e nos descobrir a cada dia. É preciso muita coragem para seguir seu próprio caminho. 

É dito que os hebreus quando tiveram que atravessar o deserto para se libertarem da escravidão sofreram tanto nessa travessia que desejaram a escravidão novamente. Todo objetivo exige luta e superação. Será que a frustração por não lutar não é maior que a de um possível fracasso? Além disso, é importante lembrarmos que todo revés nos ensina se soubermos interpretá-lo e utilizá-lo com sabedoria. A vida é muito curta para perder tempo com medo de falhar é curta demais para viver uma verdade porque faz sentido para alguém que não seja você mesmo. E isso vale para qualquer aspecto da vida, profissional, sexual, religioso ou qualquer outra opção de vida. Que possamos ter forças para atravessar os desertos de nossas vidas para que vivamos nossos Dharmas, nossa verdadeira vontade e nossos desejos profundos.

Axé


Ricardo de Ogum Matinata



quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Pau-Pereira

 Pau-Pereira


Hoje vamos falar sobre o Pau-Pereira (Platycyamus regnellii), planta de poder muito utilizada pelos indígenas, com diversas propriedades medicinais e curiosidades. Espécie nativa do Brasil, presente no Sudeste e centro-oeste do país.

A árvore atinge alturas entre 10 e 30 metros e possui copa vasta e tronco liso, suas folhas são grandes chegando a 30 cm. Suas flores em formato de cacho possuem são de cor roxa e branca. Sua madeira possui alta plasticidade e resistência a intempéries climáticas, sendo muito utilizada em construções e artesanato.

A propriedade curativa desta planta se encontra presente na casca, o alcalóide “Pereirina”, possuindo um importante valor histórico, sendo o primeiro alcaloide isolado no Brasil.

A Pereirina, possui grande poder no tratamento de febres intermitentes, usando sua casca em banho, Estudos recentes também mostram possível ação para auxílio em pacientes com Alzheimer.

Os indígenas utilizavam o “Pereiro” (um de seus nomes populares) na preparação de Rapé, medicina sagrada. No Rapé a casca da árvore é queimada juntamente com tabaco, e suas cinzas são piladas. A utilização do rapé de Pau-Pereira, fortalece a conexão com a natureza, realinhando os chakras, trazendo maior disposição e clareza mental


Larissa de Iansã 


segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Comparação - Nossa aliada ou nossa inimiga?

 Comparação - Nossa aliada ou nossa inimiga?

Vou falar um  pouco sobre algumas observações que realizei e diante disso  algumas pesquisas também com relação à comparação. Em nossa  evolução temos distintivamente a cultura como característica da nossa espécie,  resultado da comparação que é uma habilidade,  função nossa enquanto seres humanos. A nossa cultura só existe porque sempre estamos aprendendo uns com os outros e criando situações melhores de sobrevivência em geral. A comparação em si não é um problema pois precisamos dela para aprender. Aprendemos a falar, andar, ler, escrever, comer entre várias outras coisas. Por  ser algo natural não é um problema mas como estamos tratando  nos dias de hoje o que é a comparação é que pode nos causar problema. 

Quero nesse texto falar um pouco das minhas próprias experiências, pois houve um momento em minha vida que sem perceber estava me comparando a tudo e a todos. Comparar-nos para aprender e crescer, seja profissionalmente ou como pessoa, apesar de estar tudo ligado não é errado. Porém, quando comparamos e  nos sentimos pessoas inferiores é que está o problema. Nos dias de hoje com a internet e com as redes sociais as pessoas estão o tempo todo observando o que o outro veste, qual carro tem, qual emprego e sempre vemos uma vida perfeita, mas e o que está por trás disso tudo? Qual o caminho que essas pessoas percorreram para chegar até ali? 

O que vemos por detrás das telas é somente uma parte da vida delas e assim como nós, ela também tem suas dores, angústias, medos, insatisfações e  também tem suas alegrias. Devemos ter consciência que somos seres humanos e que essa perfeição mostrada não existe. Se nos sentimos assim, como poderia o outro também não sentir? No trabalho, por exemplo, temos o nosso chefe, quando pensamos em crescimento profissional se é uma área em que gostamos a comparação entra como crescimento ao pensarmos qual caminho ele percorreu o que fez para chegar até ali, no contrário que seria de imediato estar no lugar dele.  A vida não é uma competição, é pra ser vivida e observada com calma para que possamos crescer. Digo isso porque enquanto não mudei meus hábitos, pensamentos e coloquei um propósito para mim mesmo, não parei de me comparar negativamente.

Por pertencer a essa religião tão bonita e ao mesmo tempo tão desafiadora que é a Umbanda  é que me entreguei ao seu propósito: AMOR  E CARIDADE. Não é por sermos umbandista que não vivemos medos, raivas, tristezas ou não passamos por qualquer dificuldade que seja, muito pelo contrário, somos seres em busca de aprendizado como qualquer outro também e passamos por tudo isso. Dentro de um Terreiro também existe dificuldade, também existe comparação, mas a forma que reagimos que lidamos a tudo isso que voltamos ao propósito inicial. 

Devemos ter nossas próprias  vontades e buscas, quando temos essa consciência independente se o outro faz ou não, se está ou não ficamos em paz consigo mesmo, tenho como grande aprendizado uma fala do Caboclo Sete Flechas sobre como aprender: Ele disse uma vez "se você  quer aprender OBSERVE”. E desde então tenho feito isso, observar está longe de se comparar para ser melhor e sim está para aprender como o outro o que ainda não sabemos ou que podemos melhorar.  

Quando a comparação é excessiva pode causar diversos problemas e dificuldades como ansiedade, depressão, perda de identidade e várias outras insatisfações, isso em geral seja pertencente a alguma religião ou não. Devemos sempre nos comparar a nós mesmos, afinal o que somos hoje é resultado também de quem fomos no passado e o que podemos ser amanhã que pode fazer a diferença.

"Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga". Gálatas 6:4,5 Bíblia.

Deixo a reflexão: Será que estamos sendo nós mesmos? Para viver nossa felicidade só depende de nós mesmos, afinal a felicidade não se encontra é vivida e sentida diariamente. Então sejamos felizes.

Axé.


Railany de Xangô