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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Dharma – A Vida é como um piscar de olhos

 Dharma – A Vida é como um piscar de olhos

O conceito de Dharma deriva do hinduísmo e de outras religiões orientais e no ocidente é muito mal compreendido. Muitos tem a ideia que o karma seria algo como uma dívida pelas más ações praticadas e que o Dharma seria o contrário disso, ou seja um crédito a ser recebido pelas boas práticas feitas nessa ou em vidas passadas. Na verdade, não é nada disso. 

O karma é uma palavra que significa ação, podendo representar tanto algo positivo quanto negativo a ser vivenciado. Já o Dharma é algo ligado a verdadeira essência do ser, seria nossa missão de vida, aquilo que nascemos para realizar. Sendo que toda vez que realizamos uma ação que nos aproxime do nosso Dharma estaríamos gerando um karma positivo e se realizarmos uma ação que nos afaste de nosso Dharma estaríamos gerando um karma negativo.

O conceito de Dharma é muito fascinante pois pode ser comparado com outras tradições e crenças onde se encontra similaridade. A filosofia de Thelema, do mago Aleister Crowley, por exemplo, tem como um dos seus objetivos principais o encontro da verdadeira vontade dos seres, encontrar o nosso eu crístico, nosso eu solar, que seria a melhor versão de cada um. Em suma essa filosofia nos mostra que quando deixamos que a sociedade da qual devem ser nossas escolhas para sermos bem aceitos, estamos sendo como leões comendo mato. Ou seja, estamos abrindo mão de nossa essência, de nossas vocações para fazer oque faz sentido para o mundo que se curva ao dinheiro. Encontrar a verdadeira vontade seria alcançar a sephirot Tipheret da Kabbalah.

Podemos observar o Dharma também como um dos focos de atuação das entidades Pombo-Giras, que representam o sagrado feminino mas que atuam e despertam nossos desejos mais profundos, que também são algo muito próximos da verdadeira vontade ou do Dharma É interessante como todas as fés, religiões, culturas e etnias desenvolvem meios, cultos e teorias com as mesmas funções.

Estamos seguindo nosso Dharma ou estamos renunciando a nosso sagrado interior para seguir um caminho que não é o nosso? Muitas entidades nos dizem que “a vida passa rápido como um piscar de olhos” e à medida que envelhecemos vamos vendo mais e mais como isso é uma verdade. E é por isso que devemos sempre nos avaliar, traçar novos objetivos e nos descobrir a cada dia. É preciso muita coragem para seguir seu próprio caminho. 

É dito que os hebreus quando tiveram que atravessar o deserto para se libertarem da escravidão sofreram tanto nessa travessia que desejaram a escravidão novamente. Todo objetivo exige luta e superação. Será que a frustração por não lutar não é maior que a de um possível fracasso? Além disso, é importante lembrarmos que todo revés nos ensina se soubermos interpretá-lo e utilizá-lo com sabedoria. A vida é muito curta para perder tempo com medo de falhar é curta demais para viver uma verdade porque faz sentido para alguém que não seja você mesmo. E isso vale para qualquer aspecto da vida, profissional, sexual, religioso ou qualquer outra opção de vida. Que possamos ter forças para atravessar os desertos de nossas vidas para que vivamos nossos Dharmas, nossa verdadeira vontade e nossos desejos profundos.

Axé


Ricardo de Ogum Matinata



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