Comparação - Nossa aliada ou nossa inimiga?
Vou falar um pouco sobre algumas observações que realizei e diante disso algumas pesquisas também com relação à comparação. Em nossa evolução temos distintivamente a cultura como característica da nossa espécie, resultado da comparação que é uma habilidade, função nossa enquanto seres humanos. A nossa cultura só existe porque sempre estamos aprendendo uns com os outros e criando situações melhores de sobrevivência em geral. A comparação em si não é um problema pois precisamos dela para aprender. Aprendemos a falar, andar, ler, escrever, comer entre várias outras coisas. Por ser algo natural não é um problema mas como estamos tratando nos dias de hoje o que é a comparação é que pode nos causar problema.
Quero nesse texto falar um pouco das minhas próprias experiências, pois houve um momento em minha vida que sem perceber estava me comparando a tudo e a todos. Comparar-nos para aprender e crescer, seja profissionalmente ou como pessoa, apesar de estar tudo ligado não é errado. Porém, quando comparamos e nos sentimos pessoas inferiores é que está o problema. Nos dias de hoje com a internet e com as redes sociais as pessoas estão o tempo todo observando o que o outro veste, qual carro tem, qual emprego e sempre vemos uma vida perfeita, mas e o que está por trás disso tudo? Qual o caminho que essas pessoas percorreram para chegar até ali?
O que vemos por detrás das telas é somente uma parte da vida delas e assim como nós, ela também tem suas dores, angústias, medos, insatisfações e também tem suas alegrias. Devemos ter consciência que somos seres humanos e que essa perfeição mostrada não existe. Se nos sentimos assim, como poderia o outro também não sentir? No trabalho, por exemplo, temos o nosso chefe, quando pensamos em crescimento profissional se é uma área em que gostamos a comparação entra como crescimento ao pensarmos qual caminho ele percorreu o que fez para chegar até ali, no contrário que seria de imediato estar no lugar dele. A vida não é uma competição, é pra ser vivida e observada com calma para que possamos crescer. Digo isso porque enquanto não mudei meus hábitos, pensamentos e coloquei um propósito para mim mesmo, não parei de me comparar negativamente.
Por pertencer a essa religião tão bonita e ao mesmo tempo tão desafiadora que é a Umbanda é que me entreguei ao seu propósito: AMOR E CARIDADE. Não é por sermos umbandista que não vivemos medos, raivas, tristezas ou não passamos por qualquer dificuldade que seja, muito pelo contrário, somos seres em busca de aprendizado como qualquer outro também e passamos por tudo isso. Dentro de um Terreiro também existe dificuldade, também existe comparação, mas a forma que reagimos que lidamos a tudo isso que voltamos ao propósito inicial.
Devemos ter nossas próprias vontades e buscas, quando temos essa consciência independente se o outro faz ou não, se está ou não ficamos em paz consigo mesmo, tenho como grande aprendizado uma fala do Caboclo Sete Flechas sobre como aprender: Ele disse uma vez "se você quer aprender OBSERVE”. E desde então tenho feito isso, observar está longe de se comparar para ser melhor e sim está para aprender como o outro o que ainda não sabemos ou que podemos melhorar.
Quando a comparação é excessiva pode causar diversos problemas e dificuldades como ansiedade, depressão, perda de identidade e várias outras insatisfações, isso em geral seja pertencente a alguma religião ou não. Devemos sempre nos comparar a nós mesmos, afinal o que somos hoje é resultado também de quem fomos no passado e o que podemos ser amanhã que pode fazer a diferença.
"Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga". Gálatas 6:4,5 Bíblia.
Deixo a reflexão: Será que estamos sendo nós mesmos? Para viver nossa felicidade só depende de nós mesmos, afinal a felicidade não se encontra é vivida e sentida diariamente. Então sejamos felizes.
Axé.
Railany de Xangô
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