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quinta-feira, 27 de março de 2025

O som

 O som

Nosso sistema auditivo, consegue identificar os sons por intermédio de suas 3 qualidades: o timbre, que nos conta a característica de cada som; a tonalidade que nos mostra se um som é grave ou agudo; e a sonoridade, que é responsável por nos dar a intensidade do som, permitindo que a gente sinta se o som é forte ou fraco. As ondas sonoras chegam até nosso tímpano, se transformam em estímulos nervosos e são codificadas pelo nosso cérebro, assim, dependendo de sua frequência e de seu ritmo, a música pode influenciar o corpo humano tanto fisiologicamente, quanto emocionalmente.

Dito isso, acredito que cada pessoa, em sua individualidade, já teve uma experiência de sentir seu corpo mexer e vibrar ao som de algum ritmo musical, com o canto dos pássaros, com o som da chuva ou dos ventos. Se prestarmos atenção na energia sonora, percebemos que cada onda emitida que invade nosso organismo, consegue potencializar e até mesmo alterar nossos estados emocionais, abrindo ou fechando espaços para diversos sentimentos.

Particularmente, quero trazer uma experiência que tive do meu corpo vibrar com a energia do som: a primeira vez que fui ao terreiro, ainda como consulente, o que mais me encantou foi a música. Quando escutei o toque dos atabaques, o agogô, as palmas batendo e os pontos sendo cantados, fechei meus olhos e pude sentir meu corpo vibrando junto com toda a energia que estava sendo propagada naquele momento, e foi exatamente essa sensação, do meu corpo pertencer, pelo menos um pouco, parte daquela frequência sonora e energética que estava ali que me fez voltar na sexta-feira seguinte. E até hoje, cada som, melodia e música propagados no terreiro, é uma fonte inesgotável de energia para sustentação de cada trabalho feito antes, durante e depois de cada gira.

A música que preenche o terreiro é um dos pilares de sustentação dos trabalhos, é por cada onda sonora que toda energia é propagada para cada pessoa ali presente. Assim, quando precisamos firmar a cabeça, podemos nos concentrar no som dos atabaques, quando queremos dar forças para um trabalho de um determinado guia, podemos cantar seu ponto, médiuns de incorporação se ancoram nos pontos tocados para que o processo seja mais fluido. Contudo, essa energia que circula no terreiro e auxilia a todos o tempo todo é muito importante, sendo o som, as melodias e a música grande partes desse processo.

Gosto muito de uma frase que diz “um samba cantado com o coração, sempre é uma oração”, e, estendendo isso para a Umbanda, por mais que os pontos cantados são a forma de oração do umbandista, nada vale se não forem cantados com o coração e fé.

Faço um convite para que você possa permitir-se sentir a frequência da energia de cada som e que, a partir disso, você sinta-se parte do todo.

Isabela de Iansã


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